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Os 436 mil milhões de motivos para Johnson ir atrás de um acordo com a UE

O Brexit despedaçou 50 anos de política comercial no Reino Unido, separando o país do seu maior mercado. O primeiro-ministro britânico Boris Johnson está agora a tentar colar as peças novamente.

23 de Fevereiro de 2020 às 11:00

Desde que o Reino Unido deixou a União Europeia a 31 de janeiro, Johnson enviou o seu ministro dos Negócios Estrangeiros para a Austrália e Japão para mostrar que o país está aberto a negociar, ao mesmo tempo que o seu governo promove a ideia de um acordo comercial com os Estados Unidos.

Mas há um mercado que importa mais do que qualquer outro: o da União Europeia. O bloco é, de longe, o maior destino comercial do Reino Unido, e representou 436 mil milhões de libras (570 mil milhões de dólares) em comércio no ano passado - quase 50% do comércio total de mercadorias no país.

Aqui estão alguns dos números que ditarão as prioridades do Reino Unido nos próximos meses.

Ordem de prioridades

Os 436 mil milhões de motivos para Johnson ir atrás de um acordo com a UE

Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial individual do Reino Unido, com a Alemanha logo atrás. Isso explica a prioridade de Johnson de fechar rapidamente um acordo com a administração de Donald Trump. Mas a UE como um todo continua a ser, de longe, o maior bloco com o qual o Reino Unido negoceia, apesar de o peso das exportações do país para a UE ter caído ao longo do tempo.

No entanto, Bruxelas não tem pressa em dar ao Reino Unido acesso ao seu mercado, a menos que Johnson concorde em cumprir as suas regras. Se o primeiro-ministro não conseguir chegar a um acordo com o bloco até ao fim do ano, o Reino Unido deixará a UE em moldes muito próximos a uma saída sem acordo. Daí o interesse de Johnson em fazer acordos adicionais com outros países.

Vizinhos

Os 436 mil milhões de motivos para Johnson ir atrás de um acordo com a UE

O volume de comércio não é a única razão para o Reino Unido priorizar um acordo com a UE. Segundo a teoria da gravidade comercial, o nível de comércio entre dois países é proporcional ao seu tamanho e proximidade. É logisticamente mais fácil comprar e vender aos seus vizinhos - um ponto que, no fim de contas, não convenceu os eleitores britânicos sobre os méritos de permanecer no bloco.

Negociações

Os 436 mil milhões de motivos para Johnson ir atrás de um acordo com a UE

Para o governo do Reino Unido, forjar acordos com os EUA, Japão, Austrália e Nova Zelândia é um objetivo fundamental. A ideia é que os laços históricos do governo britânico com esses países facilitem acordos, mas, considerando o volume de comércio bilateral, Nova Zelândia e Austrália ficariam muito atrás da China e da Índia.

Dividendo

Os 436 mil milhões de motivos para Johnson ir atrás de um acordo com a UE

Mas o acordo crucial continua a ser com a própria UE. Uma análise da Bloomberg Economics com um modelo de gravidade sugere que os benefícios desse acordo compensariam apenas cerca de metade dos custos da saída da UE.

O que dizem os economistas da Bloomberg…

"A criação de acordos comerciais em todo o mundo é vista como um benefício significativo do Brexit, mas esses acordos estão longe de garantir o mesmo benefício económico que a pertença ao maior mercado único do mundo. O governo tem ambições de melhorar os laços com todos os quatro cantos do mundo, mas a verdade é que a sua melhor oportunidade está à porta do Reino Unido na forma de um acordo com a UE", afirma Dan Hanson, economista sénior do Reino Unido.

Amigos para sempre

Os 436 mil milhões de motivos para Johnson ir atrás de um acordo com a UE

Um desafio de sair da UE é que qualquer acordo comercial que o bloco tenha fechado não será mais aplicado ao Reino Unido quando o período de transição terminar a 31 de dezembro. Até agora, o Reino Unido estendeu acordos com 48 países, que representam quase 48 mil milhões de libras em comércio. Ainda estão em curso acordos vinculados a mais 33,5 mil milhões de libras de comércio de mercadorias.

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