UE pronta a aceitar tarifa de 10% dos EUA mas quer exceções para certos setores
Com a data limite para chegar a um acordo a aproximar-se, Bruxelas dá um passo em frente para facilitar as negociações com Washington. Além de aceitar uma tarifa universal de 10%, a UE estará disponível para reforçar a compra de gás liquefeito dos EUA.
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É mais um passo para aliviar as tensões comerciais entre os EUA e a União Europeia (UE). Bruxelas estará disposta a aceitar um acordo comercial com Washington que compreenda uma taxa aduaneira universal de 10% sobre grande parte das exportações do bloco para o outro lado do Atlântico, mas a Casa Branca terá de abrir algumas exceções para setores e produtos que a Comissão Europeia considera serem essenciais, como é caso do setor farmacêutico, de bebidas alcoólicas, semicondutores e aeronaves comerciais. A informação está a ser avançada pela Bloomberg, que cita fontes anônimas ligadas às negociações.
Além de querer tarifas reduzidas para estes produtos, a UE está ainda a explorar possíveis quotas e exceções para o setor automóvel e para exportações de aço e alumínio. Neste momento, os veículos e peças automóveis que entrem nos EUA oriundos do continente europeu enfrentam taxas aduaneiras de 25%, enquanto os produtos metalúrgicos mencionados têm de "pagar" uma tarifa de 50%.
Segundo as fontes da Bloomberg, a Comissão Europeia até vê este acordo como mais favorável para os EUA do que para o bloco de 27 países, acreditando que será possível a Casa Branca dar "luz verde" a esta proposta. É de relembrar que a data limite imposta por Donald Trump para chegar a um acordo com a maioria dos seus parceiros comerciais está a aproximar-se (acaba a 9 de julho), antes das tarifas "recíprocas" apresentadas em abril entrarem em vigor. De acordo com o que foi apresentado pelo Presidente norte-americano na altura, as taxas aduaneiras enfrentadas pela UE saltariam para 50%, caso as duas superpotências não chegassem a acordo.
É com esta proposta em mãos que o comissário europeu do comércio, Maros Sefcovic, deverá chegar a Washington esta semana. O objetivo é olear as negociações que têm estado em "standby" nas últimas semanas, com o bloco europeu a acreditar que ainda é possível chegar a acordo antes do dia 9 de julho. Para além de ceder em relação a uma tarifa universal de 10%, a UE estará ainda diposta a propôr aos EUA a compra de produtos em setores estratégicos, como é o caso do reforço da importação de gás natural liquefeito norte-americano (uma das imposições de Trump nas negociações com o bloco) e de tecnologia ligada à inteligência artificial.
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