Ministros entram no Eurogrupo à espera de garantias gregas
O tom dos responsáveis pelas Finanças do euro à entrada do Eurogrupo foi mais positivo do que nas últimas reuniões, considerando que a Grécia fez progressos importantes e que vão ao encontro do que os credores consideram necessário para que seja concedido um novo empréstimo.
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Mas "há algumas questões" que precisam de resposta e há "dúvidas" entre os parceiros sobre a capacidade de a Grécia implementar as medidas que propõe efectivamente.
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"Temos de fazer muito mais progressos." Foram estas as únicas palavras de Christine Lagarde à entrada para o Eurogrupo deste sábado 11 de Julho.
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"Ainda não estamos lá", afirmou o presidente do Eurogrupo. "Há ainda muitas críticas na proposta" da Grécia. Mas acima de tudo, "há uma grande questão de confiança. Pode o Governo grego ser de confiança em relação ao que está a prometer?" Jeroen Dijsselbloem acrescentou que o Executivo helénico mostrou "determinação em recuperar a confiança" dos seus parceiros. Ainda assim "vai ser uma reunião muito difícil."
Michel Sapin, ministro francês, considera que a proposta da Grécia é "uma boa base para iniciar as negociações", admitindo que estas serão "exigentes". O responsável pelas Finanças de França considera que a "confiança será determinante para um acordo" e que é preciso, caso se alcance essa confiança, que o Eurogrupo mostre "determinação política" de apoio a Atenas. Sapin adiantou ainda que a questão da dívida "não é um tabu", mas reconhece que uma "diminuição nominal da dívida é uma linha vermelha para muitos Estados-membro".
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"Estamos a discutir uma proposta do Governo grego" com medidas "que foram rejeitadas na semana passada" pelo povo grego, afirmou à entrada o ministro das Finanças dos Países Baixos, Eric Wiebes , realçando assim alguma desconfiança que impera entre alguns membros.
Já o ministro das Finanças da Irlanda, Michael Noonan, considera que ainda "há uma série de questões que precisam" de respostas, nomeadamente sobre o sistema financeiro, já que o "Governo grego é silencioso" em relação a este assunto. Além disso, salienta, é preciso ter a certeza de que o programa grego "é sustentável", sublinhando que é necessário pôr a economia helénica a crescer.
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O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, salientou também os "progressos" realizados, com a proposta grega em "em linha com a das instituições antes do referendo." Contudo, salienta, "ainda há muitas questões e muitas preocupações" por parte dos membros da Zona Euro para serem respondidas.
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O ministro das Finanças da Áustria também destacou os desenvolvimentos dos ultimos dias, mas disse haver falta de garantias de implementação das medidas que constam na proposta grega.
O ministro de Malta, Edward Scicluna , falou em "cepticismo" entre alguns responsáveis europeus. E salientou que será preciso resolver o contrasenso entre um Governo que apresenta uma proposta que "vai até mais longe do que o que estava a ser discutido ante do referendo", tendo convocado o referendo e apelado ao "não" do povo grego às medidas que estavam a ser discutidas. "Temos de ter a certeza que o programa será implementado. E que alcançaremos os objectivos" propostos. "Isto tem de ser resolvido hoje", realçou.
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Pierre Moscovici, comissário do euro, diz que as instituições acreditam na nova proposta da Grécia, considerando que esta pode ser a base para as negociações. Contudo, a implementação das medidas é a chave para o seu sucesso, afirmou à entrada para o Eurogrupo.
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