Manifesto defende reestruturação da dívida acima dos 60% do PIB
"Deixemo-nos de inconsequentes optimismos: sem a reestruturação da dívida pública não será possível libertar e canalizar recursos minimamente suficientes a favor do crescimento" económico. Um grupo de 70 notáveis, com visões diferentes sobre as estratégias de resposta à crise económica e social, mas que "partilham a mesma preocupação quanto ao peso da dívida e à gravidade dos constrangimentos impostos à economia portuguesa", lançaram esta terça-feira um manifesto onde defendem que é "imprescindível reestruturar a dívida para crescer".
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"Sem reestruturação da dívida, o Estado continuará enredado e tolhido na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela única via da austeridade", pode ler-se no documento tornado público, esta tarde, pelo "Diário Económico".
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O grupo apresenta as condições a que a reestruturação deve obedecer e defende que "a celeridade da aprovação e entrada em funcionamente do regime de reestruturação é vital".
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O manifesto apresenta três condições "a que deve obedecer a reestruturação da dívida". A primeira passa por reduzir significativamente a taxa média do stock de dívida "de modo a aliviar a pesada punção dos recursos financeiros nacionais exercida pelos encargos com a dívida".
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Em segundo lugar, o manifesto destaca a importância de alongar os prazos da dívida para 40 anos ou mais. "A nossa dívida tem picos violentos. De agora até 2017 o reembolso da dívida de médio e longo prazo atingirá 53,5 mil milhões de euros", destacam as 70 personalidades que assinam o manifesto.
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Por último, o grupo defende que é necessário estabelecer qual a parte da dívida abrangida pelo processo de reestruturação. No seu entender, este deve incidir, pelo menos, sobre a dívida acima dos 60% do PIB, como avançou esta terça-feira o jornal "Público".
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O manifesto conclui que "se forem observadas estas três condições, então será possível uma solução no quadro da União Europeia e da Zona Euro com um aproveitamento máximo do quadro jurídico e institucional existente".
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Este grupo de notáveis, onde se incluem, entre outros, Bagão Félix, Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Manuela Ferreira Leite, Francisco Louça ou Carvalho da Silva, entende que o processo de reestruturação da dívida deverá ocorrer não só em Portugal mas também em outros países europeus, "embora provavelmente a contragosto, designadamente, dos responsáveis alemães". "Mas reacções a contragosto dos responsáveis alemães não se traduzem necessariamente em posições de veto irreversível."
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O manifesto refere, por último, que "a reestruturação adequada da dívida abrirá uma oportunidade ímpar, geradora de responsabilidade colectiva, respeitadora da dignidade dos portugueses e mobilizadora dos seus melhores esforços a favor da recuperação da economia e do emprego e do desenvolvimento com democracia e responsabilidade social".
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Adriano Moreira
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Adalberto Campos Fernandes
Adriano Pimpão
Alberto Ramalheira
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Alberto Regueira
Alexandre Quintanilha
Alfredo Bruto da Costa
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André Machado
António Bagão Félix
António Capucho
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António Carlos Santos
António Eira Leitão
António Sampaio da Nóvoa
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António Saraiva
Armando Sevinate Pinto
Artur Castro Neves
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Boaventura Sousa Santos
Carlos César
Carlos Moreno
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Constantino Sakellarides
Diogo Freitas do Amaral
Eduardo Cabrita
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Eduardo Ferro Rodrigues
Eduardo Paz Ferreira
Emanuel Santos
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Esmeralda Dourado
Eugénio Fonseca
Fausto Quadros
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Fernanda Rolo
Fernando Gomes da Silva
Fernando Rosas
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Francisco Louçã
Henrique Neto
João Cravinho
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João Galamba
João Vieira Lopes
Joaquim Gomes Canotilho
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Jorge Malheiros
Jorge Novais
José Almeida Serra
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José Maria Brandão de Brito
José Maria Castro Caldas
José Reis
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José Silva Lopes
José Vera Jardim
José Tribolet
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Júlio Mota
Luís Braga da Cruz
Luís Nazaré
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Luís Veiga da Cunha
Manuel Carvalho da Silva
Manuel de Lemos
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Manuel Macaísta Malheiros
Manuel Porto
Manuel Sobrinho Simões
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Manuela Arcanjo
Manuela Ferreira Leite
Manuela Morgado
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Manuela Silva
Mariana Mortágua
Pedro Adão e Silva
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Pedro Bacelar de Vasconcelos
Pedro Delgado Alves
Pedro Lains
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Pedro Marques Lopes
Ricardo Bayão Horta
Ricardo Cabral
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Ricardo Paes Mamede
Rui Marques
Teresa Pizarro Belesa
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Viriato Soromenho-Marques
Vítor Martins
Vítor Ramalho
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(Notícia actualizada às 19h55)
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