Manifesto defende reestruturação da dívida acima dos 60% do PIB

O manifesto subscrito por 70 personalidades portuguesas defende que a reestruturação da dívida deve obedecer a três condições: abaixamento da taxa média de juro, alongamento dos prazos e reestruturação, pelo menos, da dívida acima dos 60% do produto interno bruto.
Pedro Elias/Negócios
Ana Luísa Marques 11 de Março de 2014 às 19:00

"Deixemo-nos de inconsequentes optimismos: sem a reestruturação da dívida pública não será possível libertar e canalizar recursos minimamente suficientes a favor do crescimento" económico. Um grupo de 70 notáveis, com visões diferentes sobre as estratégias de resposta à crise económica e social, mas que "partilham a mesma preocupação quanto ao peso da dívida e à gravidade dos constrangimentos impostos à economia portuguesa", lançaram esta terça-feira um manifesto onde defendem que é "imprescindível reestruturar a dívida para crescer".

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"Sem reestruturação da dívida, o Estado continuará enredado e tolhido na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela única via da austeridade", pode ler-se no documento tornado público, esta tarde, pelo "Diário Económico". 

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O grupo apresenta as condições a que a reestruturação deve obedecer e defende que "a celeridade da aprovação e entrada em funcionamente do regime de reestruturação é vital". 

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O manifesto apresenta três condições "a que deve obedecer a reestruturação da dívida". A primeira passa por reduzir significativamente a taxa média do stock de dívida "de modo a aliviar a pesada punção dos recursos financeiros nacionais exercida pelos encargos com a dívida".

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Em segundo lugar, o manifesto destaca a importância de alongar os prazos da dívida para 40 anos ou mais. "A nossa dívida tem picos violentos. De agora até 2017 o reembolso da dívida de médio e longo prazo atingirá 53,5 mil milhões de euros", destacam as 70 personalidades que assinam o manifesto. 

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Por último, o grupo defende que é necessário estabelecer qual a parte da dívida abrangida pelo processo de reestruturação. No seu entender, este deve incidir, pelo menos, sobre a dívida acima dos 60% do PIB, como avançou esta terça-feira o jornal "Público".

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O manifesto conclui que "se forem observadas estas três condições, então será possível uma solução no quadro da União Europeia e da Zona Euro com um aproveitamento máximo do quadro jurídico e institucional existente". 

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Este grupo de notáveis, onde se incluem, entre outros, Bagão Félix, Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Manuela Ferreira Leite, Francisco Louça ou Carvalho da Silva, entende que o processo de reestruturação da dívida deverá ocorrer não só em Portugal mas também em outros países europeus, "embora provavelmente a contragosto, designadamente, dos responsáveis alemães". "Mas reacções a contragosto dos responsáveis alemães não se traduzem necessariamente em posições de veto irreversível."

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O manifesto refere, por último, que "a reestruturação adequada da dívida abrirá uma oportunidade ímpar, geradora de responsabilidade colectiva, respeitadora da dignidade dos portugueses e mobilizadora dos seus melhores esforços a favor da recuperação da economia e do emprego e do desenvolvimento com democracia e responsabilidade social". 

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Adriano Moreira

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Adalberto Campos Fernandes 

Adriano Pimpão

Alberto Ramalheira

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Alberto Regueira

Alexandre Quintanilha

Alfredo Bruto da Costa

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André Machado

António Bagão Félix

António Capucho

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António Carlos Santos

António Eira Leitão

António Sampaio da Nóvoa

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António Saraiva

Armando Sevinate Pinto

Artur Castro Neves

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Boaventura Sousa Santos

Carlos César

Carlos Moreno

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Constantino Sakellarides

Diogo Freitas do Amaral

Eduardo Cabrita

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Eduardo Ferro Rodrigues

Eduardo Paz Ferreira

Emanuel Santos

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Esmeralda Dourado

Eugénio Fonseca

Fausto Quadros

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Fernanda Rolo

Fernando Gomes da Silva

Fernando Rosas

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Francisco Louçã

Henrique Neto

João Cravinho

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João Galamba

João Vieira Lopes

Joaquim  Gomes Canotilho

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Jorge Malheiros

Jorge Novais

José Almeida Serra

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José Maria Brandão de Brito

José Maria Castro Caldas

José Reis

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José Silva Lopes

José Vera Jardim

José Tribolet

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Júlio Mota

Luís Braga da Cruz

Luís Nazaré

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Luís Veiga da Cunha

Manuel Carvalho da Silva

Manuel  de Lemos

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Manuel Macaísta Malheiros

Manuel Porto

Manuel Sobrinho Simões

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Manuela Arcanjo

Manuela Ferreira Leite

Manuela Morgado

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Manuela Silva

 Mariana Mortágua

Pedro Adão e Silva

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Pedro Bacelar de Vasconcelos

Pedro Delgado Alves

Pedro Lains

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Pedro Marques Lopes

Ricardo Bayão Horta

Ricardo Cabral

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Ricardo Paes Mamede

Rui Marques

Teresa Pizarro Belesa

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Viriato Soromenho-Marques

Vítor Martins

Vítor Ramalho

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(Notícia actualizada às 19h55)

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