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Gabinete do Ministério das Finanças também se queixa das cativações

O orçamento executado pelo GPEARI em 2017 ficou 5,8% abaixo da execução de 2016. O gabinete, inserido no Ministério das Finanças, queixa-se das cativações.

Mário Centeno
Mário Centeno Reuters
26 de Julho de 2018 às 22:00

As cativações de Mário Centeno também estão a afectar as estruturas dentro do Ministério que lidera. Pelo menos é isso que alega o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) no relatório de actividades do ano passado, homologado pelo próprio ministro das Finanças. No documento, o gabinete queixa-se das cativações e fala de "fortes restrições orçamentais".

O GPEARI é um gabinete do Ministério das Finanças que dá apoio à formulação de políticas e ao planeamento estratégico e operacional. Este gabinete participa na elaboração de documentos importantes como o Orçamento do Estado, as Grandes Opções do Plano, o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas. Além disso, participa em grupos de trabalho ao nível europeu.

No relatório de actividades, o gabinete identifica problemas ao nível do "grave défice" de recursos humanos, mas também nas deslocações ao estrangeiro - o GPEARI tem uma componente de representação externa - e nas acções de formação para os seus quadros.

"A dotação orçamental inicial, já de si insuficiente, foi ainda sujeita a cativações, tornando o processo de deslocações crítico em termos de gestão", queixa-se o GPEARI no relatório de actividades de 2017, acrescentando que "a exigente gestão dos recursos orçamentais e controlo da despesa voltou a impor um esforço a toda a organização, em especial no controlo das principais despesas de funcionamento — deslocações e estadas".

Mário Centeno
Gabinete do Ministério das Finanças também se queixa das cativações

Os recursos orçamentais do gabinete sofreram uma diminuição nos anos do programa de ajustamento financeiro. Nos últimos anos "assiste-se a uma lógica de recuperação dos valores", mas a tendência crescente ainda não foi suficiente para chegar aos níveis anteriores. "O valor total executado do orçamento de 2017 acaba por ser 5,8% inferior ao executado em 2016 e 19,2% inferior ao executado em 2010", assinala o GPEARI.

"Fortes restrições orçamentais" condicionam trabalho

A expressão "fortes restrições orçamentais" é utilizada um pouco por todo o relatório de actividades para justificar as condicionantes do trabalho deste gabinete do Ministério das Finanças. Acresce que durante o ano passado o GPEARI registou um "acréscimo significativo de tarefas e funções", o que se traduziu numa "constante pressão, num quadro de insuficiência de recursos humanos".

A começar pela representação externa: "As fortes restrições orçamentais traduziram-se numa constante análise de prioridades, nomeadamente no que respeita à representação externa do Ministério das Finanças e do País, no qual o GPEARI é participante activo". Isto numa altura em que as solicitações externas têm aumentado, principalmente por parte da União Europeia.

Entre as medidas implementadas para controlar a despesa estão os procedimentos de acompanhamento das verbas destinadas às deslocações e estadas. Esta despesa representa 56% do total da aquisição de bens e serviços. A contenção dos gastos também levou à tomada de medidas para controlar as despesas decorrentes do consumo de papel e consumíveis de impressão.

É do lado dos recursos humanos que, apesar das dificuldades, registaram-se melhorias durante o ano de 2017. "O GPEARI conseguiu reforçar a sua equipa mitigando assim uma manifesta necessidade verificada desde há alguns anos", nota o gabinete. Contudo, a formação dada aos funcionários foi menor do que em anos anteriores, também "devido às restrições orçamentais".

Apesar das condicionantes, o gabinete conseguiu alcançar um resultado global positivo com uma taxa de realização dos objectivos 10 pontos percentuais acima do que se tinha proposto. Tal "traduz a perseverança e esforço do GPEARI na prossecução dos Objectivos propostos, num contexto de grande exigência e de fortes restrições orçamentais", argumenta o gabinete.

E não se fica por aqui: "As dificuldades decorrentes da escassez de recursos humanos, a par das evidentes limitações em termos de orçamento, exigiram dos colaboradores do GPEARI um elevado empenho e comprometimento com as atribuições e actividades, pois só assim foi possível atingir resultados positivos no ano de 2017", acrescenta ainda no relatório de actividades.

De acordo com a lei, o GPEARI integra a administração directa do Estado, sendo um dos serviços centrais do Ministério das Finanças, tal como a Inspecção-Geral das Finanças, a Direcção Geral do Orçamento ou a Autoridade Tributária e Aduaneira.

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