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Patrões dizem que Orçamento cria obstáculos ao investimento (act.)

Em comunicado, as quatro confederações patronais alertam para riscos na execução orçamental e para o “impacto negativo” do ISP.

Antonio costa centeno patrões vieira silva cip antonio saraiva
Antonio costa centeno patrões vieira silva cip antonio saraiva Miguel Baltazar
10 de Fevereiro de 2016 às 18:59

A proposta de Orçamento do Estado não favorece o investimento, na análise conjunta das quatro confederações patronais. Em comunicado, CAP, CCP, CIP e CTP lembram que "um dos principais obstáculos ao investimento é a falta de previsibilidade fiscal que, mais uma vez, se revela com este Orçamento".

Em concreto, "a anunciada descida gradual da taxa do IRC é interrompida. O alargamento do prazo de reporte de prejuízos que havia sido fixado em 12 anos é reduzido para 5 anos. Tudo isto é gerador de incerteza no plano empresarial – este prazo já foi de 4, 5, 6 e 12 anos –, sabida que é a importância que, no panorama internacional, é dada a este factor nas decisões de localização do investimento. A questão da redução do prazo de reporte de prejuízos reflecte-se também na alçada do IRS, afectando pela negativa as actividades profissionais e empresariais exercidas individualmente", lê-se no documento.

Sublinhando que "o estímulo ao crescimento" deve passar pela redução da carga fiscal, por medidas de fomento do investimento privado e pela retoma do investimento público "estratégico para a competitividade" as quatro confederações lamentam o "fraco contributo da redução do peso da despesa corrente primária no PIB para a consolidação orçamental" e o facto de, apesar da redução da sobretaxa de IRS, a carga fiscal e parafiscal voltar a aumentar, atingindo "um novo máximo histórico em Portugal".

As confederações constatam o aumento de 5% para 10% do limite de participação que dá direito à isenção de IRC sobre os lucros recebidos e referem que o aumento da receita "assenta essencialmente nos impostos sobre o consumo, com especial peso do imposto sobre produtos petrolíferos, secundado pelo imposto sobre o tabaco. Também o sector automóvel é fustigado com aumento quer em sede de ISV quer de IUC".

"Em particular, o aumento do ISP em 6 cêntimos por litro vai implicar um forte impacto negativo para a economia em geral, incluindo as exportações, que não pode deixar de ser tida em consideração", mesmo apesar das promessas de reavaliação. E mesmo a redução do IVA de 23% para 13% na restauração merece "alguma crítica, por ter subjacente a cisão de uma prestação de serviços que é unívoca – o serviço de refeição –, antecipando-se, desde já, alguma polémica e conflitualidade que a sua aplicação prática irá gerar", lê-se no comunicado.

(Notícia actualizada às 19:13 com mais informação)

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