PCP diz que avanços nas negociações não são suficientes para viabilizar OE

Líder parlamentar do PCP sublinha que, apesar do "anúncio de intenções" do Governo, não há ainda "condições" para o PCP "fazer uma apreciação diferente" da que fez na semana passada. Comunistas mantêm-se inclinados a chumbar o OE2022 na generalidade.
PCP diz que avanços nas negociações não são suficientes para viabilizar OE
Joana Almeida 20 de Outubro de 2021 às 13:09

O PCP admitiu esta quarta-feira que houve avanços na reunião com o Governo desta terça-feira para negociar do Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2022), mas não os suficientes para viabilizar a proposta. Os comunistas avisam que há risco de chumbarem o OE2022, mas asseguram que "ainda há tempo" para um acordo com o Governo.

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Depois de o PCP ter estado reunido com o Governo esta terça-feira, o líder parlamentar comunista, João Oliveira, admitiu, em entrevista à Antena 1, que o partido teve "oportunidade de abordar, de forma mais alargada, um conjunto de matérias que o PCP adiantou, o que até agora não tinha sido possível", apesar da "resistência" do Executivo socialista. 

"Houve entretanto a consideração de um conjunto de questões que o PCP tinha colocado, que não foi feita anteriormente. Não posso deixar de falar de resistência na medida em que o Governo não coincide com as soluções que adiantamos. Desse ponto de vista continua a haver alguma resistência da parte do Governo", referiu.

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Segundo João Oliveira, não há ainda "condições" para o PCP "fazer uma apreciação diferente" da que fez na semana passada e, por isso, como o partido mantém-se inclinado a chumbar o OE2022 na generalidade. "Não estamos a fazer bluff", frisou.

"Isto não significa que tenhamos uma posição tomada. É uma questão de saber o que é que o Governo verdadeiramente quer na resposta aos problemas do país. É o Governo que tem a faca e o queijo na mão", disse, sublinhando que "ainda há espaço e tempo para o Governo dizer aquilo que quer" e fazer uma aproximação às propostas comunistas. 

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No caderno de encargos do PCP estão medidas como a subida dos salários e das pensões, creches gratuitas e exclusividade dos médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas algumas das matérias levantadas pelo PCP, "não custam rigorosamente nada do ponto de vista do Orçamento", sinalizou o líder da bancada comunista. 

Quanto ao risco de eleições antecipadas no caso de o OE2022 vir a ser chumbado no Parlamento, João Oliveira referiu que os alertas do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, são precipitados e que "essa afirmação descentrou completamente a discussão". "Um Orçamento aprovado não resolve a crise política", acrescentou, dando como exemplo a "situação complicada" que o país viveu durante o último Governo PSD/CDS.

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