Marcelo considera que OE2026 será aprovado para confirmar estabilidade económica
"Estabilidade económica e financeira significa, portanto, um orçamento, votado para o ano que vem, que permita cimentar e confirmar essa estabilidade", acrescentou.

O Presidente da República considerou esta sexta-feira que o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) vai ser aprovado, por ser um "ano muito sensível" na execução do PRR e em que será necessário confirmar a estabilidade económica do país.
"Preocupa-me que seja aprovado o Orçamento do Estado. Era fundamental que fosse aprovado. E acho que vai ser aprovado. Porque é um ano muito sensível, de facto, este ano temos pela frente muito PRR para executar", afirmou, acrescentando que os fundos europeus, embora não diretamente ligados ao texto orçamental, estão relacionados com "o panorama financeiro e económico geral" do país.
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas no Palácio de Belém durante o segundo dia da oitava edição da Festa do Livro, salientou que o país está com "indicadores económicos e financeiros bons" no contexto europeu, acrescentando que a estabilidade do país é vista como um exemplo a nível internacional, por outros países, instituições europeias e agências financeiras.
"Estabilidade económica e financeira significa, portanto, um orçamento, votado para o ano que vem, que permita cimentar e confirmar essa estabilidade", acrescentou.
O Presidente da República disse também que não vê riscos no processo negocial do OE, lembrando que, como líder do PSD, viabilizou três orçamentos a António Guterres, "na altura por causa do Euro", e que agora está em causa uma realidade "não menos importante" marcada pela guerra, instabilidade económica e execução de fundos estruturais.
Marcelo afirmou ainda que o texto orçamental "já não é bem aquilo que era", porque é "mais geral, mais abstrato" evitando "matérias polémicas", que devem ser legisladas em diplomas autónomos.
"O que significa que talvez seja mais fácil viabilizar este orçamento do que era noutros tempos, quando era um orçamento muito mais ligado ao pormenor", concluiu.
Sobre a conclusão da IGAS, que relaciona a morte de um homem no Mogadouro, Bragança, com a greve do INEM, o Presidente da República afirmou que a multiplicação de casos cria uma "ideia difusa de que as coisas não estão a correr bem" e exige um "grande desgaste" à ministra da Saúde.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, "vale a pena olhar para o conjunto" de casos e "retirar algumas conclusões" e, por isso, é que prometeu falar sobre a situação na saúde do país nas próximas semanas.
Questionado sobre se a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, deve tirar consequências políticas, o Presidente da República disse apenas que, quando vão surgindo falhas na resposta do sistema de saúde, "quem aparece a explicar não é um porta-voz do Ministério, não é um porta-voz do Instituto", mas sim a ministra, sem entrar em mais detalhes.
"Eu estou a verificar isso, mas depois direi como é que vejo globalmente o programa de fundo que existe e como é que ele talvez deva ser resolvido", concluiu.
Em relação ao apelo do PS para que o Presidente da República pondere sobre o diploma relativo à extinção da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Marcelo disse ter recebido cartas de investigadores, e que reserva apreciações sobre o diploma para quando o receber em Belém.
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