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Professores: Esquerda junta-se ao PSD e ao CDS e força regresso às negociações

O PS ficou isolado e viu os parceiros parlamentares aprovar as propostas da direita para forçar em 2019 as negociações para a recuperação do tempo de serviço das carreiras especiais da Administração Pública com os professores.

Parlamento Assembleia da República
Parlamento Assembleia da República Pedro Elias
26 de Novembro de 2018 às 17:03

O Bloco de Esquerda e o PCP aprovaram a proposta do CDS e do PSD para forçar o Governo a retomar as negociações com os professores para a contagem da totalidade do tempo de serviço para a progressão na carreira, deixando o PS isolado.

Na prática, as propostas do PSD e do CDS forçam o regresso às negociações em 2019, nos mesmos moldes em que ocorreram este ano – sem sucesso para os professores. Ambas repetem, ipsis verbis, a norma que consta no OE de 2018 e que definia que era em processo negocial que seria definido "o prazo e o modo para a sua concretização, tendo em conta a sustentabilidade e compatibilização com os recursos disponíveis".

O CDS sugeria ainda que o Governo informasse a Assembleia da República sobre os custos da medida, mas este ponto foi chumbado com os votos contra do PS, PCP e BE.

Já as propostas dos parceiros do Governo, que admitiam o faseamento da recuperação do tempo de serviço (sete anos no caso do PCP, cinco no do Bloco), foram chumbadas. A proposta dos bloquistas era a única que oferecia uma solução independentemente das negociações, estabelecendo que, "na ausência de acordo", o ritmo de recuperação "terá uma expressão de 20% no início de cada ano".

No entanto, o PSD também votou a favor do primeiro ponto da proposta de alteração do PCP, que definia que "o prazo e o modo" da valorização remuneratória resultante da contagem do tempo de serviço das carreiras especiais "é objecto de negociação sindical". O CDS absteve-se.

Em causa está a contabilização do tempo prestado pelos docentes durante os anos de congelamento das progressões (o que ocorreu pela última vez entre 2011 e 2017). Os professores exigem o reconhecimento de nove anos, quatro meses e dois dias, o que na prática tornaria mais rápidas as suas progressões. Os funcionários judiciais e os polícias têm problemas idênticos.

Embora o Governo e os professores se tenham sentado à mesa das negociações, o executivo acabou por avançar unilateralmente com a contabilização apenas de parte do tempo de serviço: dois anos, nove meses e 18 dias, ficando muito aquém do que defendem os professores.

PSD disponível para revogar decreto-lei 

O decreto-lei aprovado pelo Governo ainda não foi promulgado pelo Presidente da República, mas a esquerda já anunciou que vai pedir a sua apreciação parlamentar.

O PSD já se mostrou disponível para revogar o decreto-lei, mas o PCP quer alterar - e não revogar - o diploma. Até para não deixar os professores sem nada.

(Notícia actualizada com mais informação às 17:18)

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