Emprego público volta a acelerar. Estado já tem mais de 760 mil trabalhadores
Dados relativos ao segundo trimestre deste ano são conta de um novo aumento do número de funcionários públicos, ultrapassando, pela primeira vez desde 2011 as 760 mil pessoas.
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O número de funcionários públicos voltou a aumentar, fixando-se no final do segundo trimestre deste ano, ultrapassando, pela primeira vez, os 760 mil trabalhadores, de acordo com os dados divulgados pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), divulgados nesta quinta-feira, 14 de agosto. Tal como o Negócios já noticiou, a evolução do emprego público parece seguir indiferente à regra estabelecida pelo Governo para estabilizar o número de funcionários públicos, de uma entrada por cada saída.
Face ao período homólogo de 2024, verifica-se uma subida de 1,5%. Comparando com o primeiro trimestre deste ano, há uma ligeira aceleração de 0,2%. Assim, o primeiro semestre fecha com 760.728 trabalhadores. Face ao período homólogo, o aumento do emprego público resultou do "crescimento na administração central (+7.483 postos de trabalho) e na administração local (+4.705 postos de trabalho), já que nas administrações regionais dos Açores e da Madeira e nos Fundos da Segurança Social registaram-se reduções de emprego (-688, -188 e -282 postos de trabalho, respetivamente)", refere a síntese da DGAEP.
Em termos de carreiras, o organismo responsável pelo emprego público refere que "contribuíram, essencialmente, as carreiras de técnico superior (+4.625 postos de trabalho), de assistente operacional (+1.617), de enfermeiro (+1.126) e de assistente técnico (+959)."
Desagregando por níveis de administração, a DGAEP refere que "na administração central, o aumento homólogo (1,3%) teve origem sobretudo nas áreas governativas da Saúde (+3.656 postos de trabalho, dos quais 1.258 na carreira de enfermeiro, 667 na carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica e 606 na carreira de assistente técnico) e da Educação, Ciência e Inovação (+3.019 postos de trabalho, dos quais 1.125 na carreira de educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário, 829 na carreira de assistente operacional e 652 na carreira de técnico superior)."
Já na administração local a variação homóloga positiva (+3,4%) resultou principalmente do "aumento de emprego público nos municípios e nas freguesias. Nos municípios, o acréscimo de 3.837 postos de trabalho resultou sobretudo de mais trabalhadores nas carreiras de técnico superior, assistente técnico e assistente operacional. Nas freguesias, o maior contributo para o aumento de 652 postos de trabalho foi dado pela carreira de assistente operacional."
Salário médio volta a acelerar
Quanto ao ganho médio, que engloba todos os subsídios, suplementos e pagamento de horas extraordinárias, avançou 6,9% para 2.223,7 euros em abril, "correspondendo a uma variação trimestral de 2,6% e a uma variação homóloga de 6,9%", explica a DGAEP. A explicar a variação homóloga está o "aumento da remuneração base média mensal, bem como da maioria das restantes componentes do ganho (como suplementos regulares e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias)".
"Este crescimento é resultado da conjugação de vários fatores, tais como: a atualização do valor do salário mínimo para 870 euros e do valor da base remuneratória para 878,41 euros, a aplicação das medidas de valorização remuneratória aprovadas para os trabalhadores em funções públicas e a entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios.", detalha a Direção-geral.
Olhando para a média do salário base, por referência ao mês de abril, o "valor da remuneração dos trabalhadores a tempo completo no setor das administrações públicas situava-se em 1.863,4 euros, correspondendo a uma variação global média de 3%, face a janeiro de 2025, e a uma variação homóloga de 6,4%", indica a DGAEP.
Notícia atualizada às 18:50 com mais informação
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