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Travão de 2% ao valor das rendas provoca subida de despejos

Inquilinos com dificuldades em renovar os contratos de arrendamento e em pagar os valores das rendas. Até ao primeiro trimestre houve 137 ações de despejo, no período homólogo foram sinalizadas 37.

casas habitacao predios imobiliario
casas habitacao predios imobiliario Sérgio Lemos
04 de Novembro de 2022 às 08:49

O travão dos 2% ao aumento das rendas em 2023 está a provocar um aumento do número de despejos, adianta esta sexta-feira o Expresso que escreve que por um lado os proprietários estão a rejeitar a renovação de contratos e por outro os inquilinos não conseguem pagar as rendas pelos valores pedidos.

De acordo com o semanário, entre julho e setembro, nos novos contratos o valor das rendas subiu 10%, de acordo com a base de dados Confidencial Imobiliário. Estes novos contratos foram assinados até 2021 e estão fora da regra imposta pelo Governo que impede que o valor das rendas suba mais de 2%. São cerca de 900 mil dos 923 mil contratos de arrendamento que estão em vigor, segundo o INE.

Também as estatísticas do Ministério da Justiça apontam para uma subida no número de ações de despejo e de cobrança coerciva de rendas. No primeiro trimestre foram sinalizadas 185 e no período homólogo foram 37. Se recuarmos a 2020, ano em que havia limitações devido à pandemia com a proibição de despejos durante o confinamento, houve 27.

Ao Expresso, Luís Mendes, dirigente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, diz que em média recebe "15 contactos diários de pessoas que não conseguem pagar as rendas impostas com a renovação dos contratos". Isto porque com a renovação "caem as limitações ao aumento das rendas" e "o proprietário pode pedir o valor que entender, porque os contratos e renovações assinados em 2022 não estão sujeitos ao limite imposto pelo Governo", explica Luís Mendes.

Em Lisboa, segundo Vasco Brasão, da Rés do Chão, Associação pelo Direito à Habitação, haverá "800 famílias em risco de despejo" porque "não conseguem pagar rendas mais altas".

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