Costa feliz por ter desaparecido o "irritante" nas relações com Angola

O primeiro-ministro não esconde satisfação pela decisão judicial que transfere para Angola o processo relacionado com Manuel Vicente e diz que assim desaparece o "irritante" nas relações entre Lisboa e Luanda. Santos Silva acompanha o primeiro-ministro e fala em regresso de relacionamento com Angola ao "nível mais alto".
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Miguel Baltazar
Lusa 10 de Maio de 2018 às 19:01

O primeiro-ministro afirmou hoje que ficou feliz com a decisão judicial de transferir para Angola o processo que envolve o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente, considerando que desapareceu o único factor "irritante" nas relações luso-angolanas.

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Numa declaração à agência Lusa, António Costa disse que a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, no âmbito do processo Operação Fizz, "é a demonstração de que vale a pena confiar no regular funcionamento das instituições judiciais para assegurar a boa aplicação da lei".

"Fico feliz que o único 'irritante' que existia nas relações entre Portugal e Angola desapareça", acrescentou à agência Lusa o primeiro-ministro.

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O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu hoje que o processo do ex-vice-presidente angolano, Manuel Vicente, arguido na Operação Fizz, deve ser enviado para Angola.

A expressão "irritante" já tinha sido usada por António Costa e, depois, foi repetida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a propósito das relações com Angola.

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Hoje, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recorreu a esta expressão para comentar a transferência para a justiça angolana do processo que envolve o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente, arguido na Operação Fizz.

Questionado em Florença, Itália, sobre a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que no momento em que falava ainda não dispunha dessa informação, mas observou que, "se for esse o caso, desaparece o 'irritante', como aliás chamou o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros, que é aquele pequeno ponto que existia, embora menor, mas existia, a ser invocado periodicamente nas relações entre Portugal e Angola".

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A decisão do Tribunal da Relação de Lisboa foi comunicada à agência Lusa pelos advogados de Manuel Vicente, que se mostraram satisfeitos com o facto de o juiz desembargador Cláudio Ximenes dar razão ao recurso da defesa do ex-vice-presidente de Angola, também ex-presidente da Sonangol.

Segundo a sua equipa de advogados, liderada por Rui Patrício, a decisão de enviar para Angola o processo de Manuel Vicente, que em Portugal foi acusado de corrupção activa e branqueamento de capitais, "pode contribuir para afastar qualquer possível clima ou ideia de desconfiança ou desconsideração entre sistemas jurídicos de Estados soberanos e cooperantes".

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Santos Silva considera que decisão da justiça recoloca relação com Angola no "nível mais alto"

O ministro dos Negócios Estrangeiros português disse tomar "muito boa nota" da decisão da justiça portuguesa de enviar para Angola o processo do ex-vice-presidente angolano, afirmando que a relação bilateral poderá agora passar para "o nível mais alto".

"Esta decisão, encerrando um 'irritante', permite que a relação entre Portugal e Angola passe para o nível mais alto possível do relacionamento", afirmou à Lusa Augusto Santos Silva.

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Questionado se esta decisão permitirá agora que o primeiro-ministro, António Costa, visite Angola - algo que já esteve previsto, mas ainda não se concretizou - Santos Silva respondeu que "esse é um trabalho muito prioritário para a diplomacia portuguesa".

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