Portugal "estagnado no combate à corrupção"
Nos últimos cinco anos a posição tem sido mais ou menos constante, com Portugal a registar entre 62 e 63 pontos no Índice de Percepção da Corrupção elaborado anualmente pela Transparency International. Em 2016 o País registou 62 pontos, menos um que no ano anterior revelam os dados divulgados esta quarta-feira, 25 de Janeiro. A Somália, com 10 pontos, é o país mais mal classificado e no lado oposto do ranking aparecem a Dinamarca e a Nova Zelândia, com 90 pontos.
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Em 177 países avaliados pela Transparency International, Portugal aparece no 29.º lugar da tabela e, se é cero que a diferença de um ponto em relação a 2015, "não é estatisticamente significativa", este resultado revela que o país "está estagnado no combate à corrupção", salienta em comunicado a direcção da Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), que em Portugal representa a Transparency International.
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"Cada ano que passa tem sido uma oportunidade perdida para fazer avanços no combate à corrupção e ganhar a confiança de observadores e investidores estrangeiros, tão necessária à nossa recuperação económica e desenvolvimento social", acrescenta a mesma fonte, alertando para que "em esse progresso no combate à corrupção, continuaremos condenados à anemia económica e incapazes de atrair verdadeiro investimento estrangeiro, que de facto crie emprego e riqueza e não se limite à especulação ou ao branqueamento facilitados por programas como os vistos Gold, que têm um impacto muito reduzido na criação de emprego, na inovação ou na criação de valor".
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O índice de percepção da corrupção da Transparency International baseia-se em opiniões especializadas sobre a corrupção do sector público e é feito com base em inquéritos a estrangeiros (nomeadamente homens de negócios) não incluindo, portanto, os nacionais. Olhando para as conclusões, verifica-se que menos de um terço (55) dos 177 países listados no índice têm uma pontuação superior a 50.
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Lembrando que o Parlamento tem actualmente uma Comissão Eventual dedicada ao reforço da transparência na vida pública, a direcção da TIAC sustenta que "precisamos de aproveitar esta oportunidade para não só reforçar a regulação mas sobretudo implementar mecanismos eficazes de monitorização e controlo que garantam a defesa intransigente do interesse comum nos negócios públicos". Até porque, conclui, "de nada vale alterarmos as regras se depois não investirmos na sua efectiva aplicação".
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