Tentativa de pôr fim à paralisação do governo dos EUA falha no Senado
A primeira tentativa de pôr fim à paralisação parcial do Governo dos Estados Unidos (EUA) falhou esta quarta-feira no Senado, com democratas e republicanos a manterem posições inconciliáveis sobre o financiamento de subsídios de saúde.
No Senado (câmara alta do Congresso), os democratas recusaram apoiar a proposta republicana, insistindo na renovação dos subsídios do "Affordable Care Act" (Obamacare), que expiram este ano.
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Ao fim de algumas horas de discussão e votação, o projeto de lei reprovou no Senado, por 55 votos contra 45, precisando de 60 votos para ser aprovado, o que requer cooperação entre a bancada republicana e democrata.
O Presidente Donald Trump e a maioria republicana rejeitam o financiamento defendido pelo Partido Democrata, acusando a oposição de querer alargar benefícios a imigrantes indocumentados, alegação que os democratas negam.
"Não se pode manter o Governo refém só porque se quer negociar os custos dos cuidados de saúde. Vamos negociar, mas vamos fazê-lo colocando o Governo a funcionar", defendeu o vice-presidente norte-americano, JD Vance, em declarações à estação televisiva Fox News, lembrando que qualquer negociação só ocorrerá após a reabertura dos serviços.
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O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, e o líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), Hakeem Jeffries, acusaram Trump de agir de forma "errática e descontrolada", criticando a divulgação pelo Presidente de vídeos 'deepfake' a gozar com dirigentes democratas.
A paralisação - a primeira desde o regresso de Trump à Casa Branca (em janeiro passado) e a terceira nos seus mandatos -- já afeta cerca de 750.000 funcionários federais, muitos suspensos sem remuneração.
A Casa Branca (presidência norte-americana) anunciou ainda planos para despedimentos em massa como parte da estratégia de redimensionar as estruturas governamentais.
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Serviços considerados essenciais, como o Pentágono (Departamento da Defesa), a Segurança Interna e programas de saúde como Medicare e Medicaid, continuam a funcionar, mas com atrasos esperados devido à falta de pessoal.
Alguns museus controlados pelo Governo federal deverão manter-se abertos até segunda-feira, enquanto antigos responsáveis dos parques nacionais pediram o fecho temporário dessas áreas por motivos de segurança.
Economistas alertam para impactos imediatos, incluindo atrasos em pagamentos federais, contratos e relatórios económicos e a bolsa de Wall Street registou quedas antes da abertura de hoje, refletindo a incerteza sobre a duração do bloqueio.
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Sem uma saída rápida à vista, analistas preveem que o impasse político poderá prolongar-se durante semanas, com ramificações económicas que serão sentidas em todo o país.
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