Trump promete ser "muito simpático" nas negociações com a China sobre tarifas
O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que planeia ser "muito simpático" com a China no contexto de futuras negociações comerciais e que as tarifas impostas pelos EUA à importação de produtos chineses poderão ser reduzidas se os dois países chegarem a um acordo, avançou a Bloomberg esta quarta-feira.
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"[As tarifas] cairão substancialmente, mas não chegarão a zero", disse Trump em Washington, depois dos comentários feitos pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, sobre o facto do impasse na "guerra comercial" com Pequim ser insustentável. Num encontro à porta fechada com investidores, Bessent disse que as duas maiores economias do mundo têm de se entender, o que acontecerá "em breve". Ainda assim, o responsável garantiu que um acordo abrangente entre Washington e Pequim poderia demorar dois a três anos a alcançar, sendo que as as negociações ainda não começaram.
Trump acrescentou ainda que os EUA "serão muito simpáticos e eles serão muito simpáticos, e veremos o que acontece". Do lado de Pequim, os responsáveis políticos ainda não responderam às promessas de "simpatia" de Trump, mas o meio de comunicação oficial Cailian disse tratar-se de um sinal de que o Presidente americano poderá estar a começar a recuar face à postura mais "dura" que tem adotado com com Pequim, tendo em conta a volatilidade dos mercados.
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Além disso, Donald Trump disse também que não vê necessidade de afirmar que "jogará duro" com o líder chinês Xi Jinping e que, durante as discussões, não abordará a questão da pandemia Covid-19, já que se trata de uma questão politicamente muito sensível para o Governo chinês. Recentemente, a Casa Branca lançou um site que sugere que o vírus foi criado num laboratório na China, o que "irritou" os diplomatas do país.
Os comentários de Trump surgem num momento em que as ações e os títulos do Tesouro dos EUA têm sido duramente afetados desde que as tarifas foram implementadas, a 2 de abril, e apesar de posteriormente ter anunciado um adiamento de 90 dias para a maioria dos países. As tarifas de 145% que Trump impôs sobre as importações chinesas para este ano permanecem em vigor, embora tenha aberto exceções para computadores e outros equipamentos eletrónicos.
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Em resposta, a China tem intensificado a sua aproximação com outros países nas últimas semanas, tais como o Azerbaijão, por exemplo, em busca de novos parceiros comerciais, alertando-os para não fecharem acordos com os EUA que prejudiquem os interesses de Pequim.
Durante uma reunião com o Presidente azeri, Ilham Aliyev, Xi Jinping reiterou que as guerras tarifárias e comerciais minam os direitos e interesses de todos os países. Por seu lado, o ministro dos Negócios estrangeiros chinês, Wang Yi, disse aos seus homólogos do Reino Unido e Áustria que a posição da China em relação aos EUA visa não apenas "salvaguardar seus próprios interesses, mas também proteger as regras internacionais e o sistema de comércio multilateral".
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Já o primeiro-minstro chinês, Li Qiang, terá escrito uma carta ao chefe do Governo japonês, Shigeru Ishiba, esta semana, pedindo uma "resposta coordenada" dos dois países às tarifas de Trump.
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