"Qual é o propósito das Nações Unidas?". Trump critica ONU e aproveita para vender a grandeza da América
Donald Trump criticou a ONU, a governação de Joe Biden e apontou ainda o dedo à relação dos países europeus com a Rússia.
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O Presidente dos EUA, Donald Trump, fez um discurso cheio de recados na 80.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU na sigla em inglês). Entre autoelogios aos resultados da sua presidência e críticas à anterior administração norte-americana, o destaque acabou por ser a insatisfação de Trump para com a ONU.
"Qual o propósito das Nações Unidas?", perguntou Trump perante os representantes das várias nações que fazem parte da organização. "[A ONU] Tem um potencial tremendo, mas não tem vivido para corresponder ao potencial", acrescentou.
Donald Trump apontou o dedo ao facto de a ONU não ter disponibilizado ajuda nas diferentes rondas de negociações que os EUA mantiveram com diversos países com o objetivo de acabar com conflitos armados. "As Nações Unidas não estiveram lá para nós. Só depois, nunca durante as negociações", atirou.
"Nunca recebi uma chamada da ONU a oferecer ajuda" na resolução dos conflitos, disse, para depois ironizar que os únicos elementos que recebeu da organização foram umas escadas rolantes que deixaram de funcionar e um teleponto que também não funcionou em condições no seu discurso. "Quem estiver a operar o teleponto está em grandes sarilhos", disse Donald Trump.
O Presidente dos EUA chamou para si a responsabilidade de ter resolvido várias guerras em curso. "Em apenas sete meses, acabei com sete guerras intermináveis. Diziam que eram intermináveis. Duas delas tinham mais de 30 anos", sublinhou no seu discurso. Entre os conflitos que foram mediados pelos EUA, Trump destacou os do Congo e o Ruanda, o do Paquistão e a Índia, Israel e Irão, do Egito e Etiópia, da Arménia e o Azerbeijão, entre outros. "Nenhum país fez algo próximo disto e eu fi-lo em apenas sete meses. (...) A única coisa que resolve as guerras é ação", acrescentou Trump.
Joe Biden e Europa também na mira
Os recados de Trump não ficaram por aqui. O anterior presidente dos EUA, Joe Biden, foi alvo de várias críticas por parte do atual líder americano. "Há um ano, o nosso país estava com grandes problemas, mas após oito meses da minha administração, somos o país mais desejado do mundo e nenhum país está perto. Temos a economia mais forte, as fronteiras mais fortes, os aliados mais fortes. Esta é a era dourada da América", referiu perante os participantes da 80.ª Assembleia Geral da ONU.
"Estamos rapidamente a reverter a calamidade económica que herdamos da administração anterior. Sob a minha liderança, os custos da energia desceram, os dos combustíveis desceram e a inflação foi derrotada. A única coisa que sobe é o mercado das ações, que bateu 48 recordes nos últimos tempos. O mercado de ações está melhor do que nunca e todos nesta sala beneficiam disso... quase todos", afirmou ainda Donald Trump, num tom sarcástico.
O líder americano destacou depois os 17 biliões de investimento acordados com diferentes países e empresas neste seu segundo mandato. "No meu primeiro mandato tivemos a melhor economia, agora estou a fazer o mesmo, mas está maior e melhor".
O Presidente americano falou ainda da guerra em curso na Ucrânia, após a invasão da Rússia. "Pensei que a [resolução] mais fácil seria com o Putin, mas na guerra nunca sabemos o que vai acontecer", admitiu. "Toda a gente pensava que a Rússia ia ganhar a guerra em três dias, mas não correu dessa forma. (...) Deveria ter demorado menos de uma semana e estão a lutar há três anos e meio".
E foi aí que Trump apontou o dedo aos líderes europeus: "A China e a Índia são os mais financiadores desta guerra, mas nem os países da NATO cortaram nos produtos energéticos da Rússia. Soube disso há duas semanas e não fiquei satisfeito. Estão a financiar a guerra contra eles próprios", criticou.
(Notícia atualizada às 16:07 horas com mais informação)
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