Os senadores republicanos rejeitaram esta sexta-feira uma proposta dos democratas para terminar com o “shutdown” do governo federal dos EUA, que se prolonga há mais de um mês e está a afetar vários setores económicos e sociais dos EUA, desde o tráfego aéreo aos apoios alimentares aos mais carenciados.

A proposta dos democratas passava pela extensão dos benefícios de saúde do Affordable Care Act (conhecido como Obamacare), que tem estado no centro do impasse que está a paralisar a administração pública federal norte-americana, durante um ano. Previa também a manutenção dos níveis orçamentais atuais e três diplomas bipartidários para financiar alguns departamentos.            

O líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, classificou a proposta como “um compromisso simples”, que poderia ser aprovado na câmara alta do Congresso “no espaço de poucas horas”. “Esta é uma oferta razoável que reabre o governo, lida com a acessibilidade aos cuidados de saúde e começa um processo de negociar reformas aos créditos fiscais do ACA no futuro", disse Schumer. “Agora a bola está do lado dos republicanos. Necessitamos apenas que digam que sim.”        

Contudo, o homólogo republicano, John Thune, rejeitou a oferta de imediato, classificando-a como “morta à partida”. "A extensão do Obamacare é a negociação. É isso que vamos negociar quando o governo reabrir. Temos de votar para reabrir o governo – e há uma proposta em aberto que pode fazê-lo – e depois podemos ter essa conversação sobre os cuidados de saúde."

Contudo, Thune encarou a proposta como um progresso e um sinal de que os democratas “estão a sentir a pressão”. O mesmo pensa o Presidente dos EUA, de acordo com fontes citadas pela Bloomberg, que pediu aos membros do Senado para não saírem de Washington até que haja um acordo. Donald Trump planeia regressar à capital dos EUA no domingo para assistir a um jogo de futebol americano, depois de passar parte do fim de semana no seu resort de Mar-A-Lago, na Florida.