Com mais tarifas, EUA vão tornar-se um dos países mais protecionistas do mundo
Os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, vão tornar-se na sexta-feira, 10 de maio, um dos países mais protecionistas do mundo ao cobrirem todos os bens chineses com tarifas, de acordo com uma análise do Deutsche Bank revelada pela CNBC.
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Num tweet publicado este domingo, o presidente norte-americano fez dois anúncios. O primeiro passa pelo aumento da tarifa de 10% para 25% que é aplicada a um grupo de bens no valor de 200 mil milhões de dólares.
O segundo passa pelo alargamento das tarifas (neste caso de 25%) aos restantes bens chineses que ainda não eram alvo de taxas aduaneiras no valor de 325 mil milhões de dólares.
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A disputa comercial com a China, as divergências com o Canadá e o México (no âmbito do NAFTA) e as tarifas do aço e alumínio que incluíram a União Europeia fazem com que, em apenas num ano, os EUA percam o estatuto de um dos países do mundo menos protecionista para um dos mais protecionista.
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US tariffs, already higher than most advanced economies, would rise higher than many emerging market countries if the new tariffs are put in place, making the US one of the leading protectionist countries in the work (chart from Torsten Slok, deutsche bank) pic.twitter.com/xLVhYSN6be
Como é possível verificar no gráfico, os EUA ultrapassam assim o nível de tarifas aplicado pelas economias emergentes como a Índia, a Turquia, a Arábia Saudita e a própria China. O valor final para cada país é a taxa média de tarifas - no conjunto das trocas comerciais dessa economia - tendo em conta o peso dos bens a que são aplicadas.
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Dentro das principais economias mundiais, só o Brasil - sob a liderança de Jair Bolsonaro, com quem Trump tem boas relações - manterá um nível de taxas aduaneiras mais elevado.
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The United States has been losing, for many years, 600 to 800 Billion Dollars a year on Trade. With China we lose 500 Billion Dollars. Sorry, we’re not going to be doing that anymore!
Até este domingo, as negociações entre os EUA e a China pareciam estar encaminhadas para um desfecho amigável com o prolongamento das tréguas (impedia os países de aumentar as tarifas) firmadas em novembro do ano passado.
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Contudo, segundo Trump, as discussões estão a evoluir "muito lentamente", surgindo esta nova ameaça como uma forma de pressão às autoridades chinesas. Em reação, a China parece estar a ponderar sair da mesa das negociações e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, poderá cancelar a viagem aos EUA que estava marcada. Ainda assim, uma equipa do Governo chinês deverá ir a Washington.
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