Hillary Clinton aceita nomeação neste "tempo de responsabilidade"
Na última madrugada Hillary Clinton tornou-se a primeira mulher a ser nomeada candidata à presidência dos Estados Unidos. Num discurso de uma hora, Hillary Clinton aceitou a nomeação democrata com "humildade, determinação e infinita confiança" no futuro dos Estados Unidos e apontou baterias ao seu adversário na corrida à Casa Branca, o candidato republicano Donald Trump.
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Depois de Trump ter concentrado o essencial do seu discurso na convenção republicana no medo, Clinton citou o ex-presidente Franklin Roosevelt: "A única coisa que te temos de ter medo é do próprio medo". "Não temos medo", prosseguiu a antiga primeira-dama que assegura que "não vamos construir um muro, em vez disso vamos construir uma economia em que todos os que queriam um bom trabalho o consigam".
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A também ex-secretária de Estado norte-americana quis deixar uma mensagem de unidade em contraposição às posições que vêm sendo assumidas. Clinton recordou que na convenção republicana que de Cleveland, Donald Trump voltou a prometer que resolverá todos os problemas dos Estados Unidos:
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"Não acreditem em ninguém que diz que ‘eu sozinho consigo resolver tudo’(…) Os americanos não dizem que sozinhos podem resolver, dizemos que conseguimos resolver juntos".
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Hillary Clinton: "Americans don't say 'I alone can fix it,' we say we'll fix it together" https://t.co/HPMM8HvCuD https://t.co/wr1ArzfIMl
"Há uma coisa que Donald Trump não percebe. A América é fantástica porque a América é boa", continuou a candidata democrata que afiança que "Trump não oferece uma verdadeira mudança, oferece promessas vazias".
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Prometendo enfrentar com tenacidade as várias ameaças que pairam sobre os Estados Unidos e garantindo que derrotará o autoproclamado Estado Islâmico, Clinton pediu a todos os americanos que se perguntem a si próprios se Trump "tem o temperamento para ser comandante em chefe". A resposta antevia-se e Clinton sustentou que um "homem que fica fora de si com um tweet não é um homem a quem se possam confiar armas nucleares".
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No fundo Hillary considera que há "forças poderosas que ameaçam dividir-nos", razão que a faz considerar que a nação americana enfrenta um desafio crucial em 2016. Nos Estados Unidos é chegado o "tempo de assumir responsabilidades", algo que se traduz na escolha entre dois candidatos que diametralmente opostos, um fortemente ligado ao "establishment" (Clinton) e outro assumidamente anti-sistema (Trump).
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"O céu é o limite"
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Depois de terem passado por Filadélfia oradores como o ex-presidente e marido de Hillary, Bill Clinton, e o actual presidente, Barack Obama, com discursos caracteristicamente emotivos e envolventes, a menos carismática Hillary Clinton acabou por fazer o mais importante e melhor discurso da sua já longa carreira política, como apontam vários analistas. Obama também elogiou o discurso da sua antiga secretária de Estado.
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Great speech. She's tested. She's ready. She never quits. That's why Hillary should be our next @POTUS. (She'll get the Twitter handle, too)
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Quebrados os "telhados de vidro" a que Hillary se referiu há oito anos quando falava na necessidade de um dia uma mulher chegar à Casa Branca (algo que nunca aconteceu), agora Clinton disse que "quando não há telhados, o céu é o limite".
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Para atingir esse céu Hillary propõe-se em conjunto "olhar para o futuro com coragem e confiança" para "construir um melhor amanhã para os nossos amados filhos e amado país". "A minha primeira missão como presidente será criar mais oportunidades, melhores empregos e melhores salários", atirou.
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Depois de uma aguerrida eleição com Bernie Sanders, que também atribuiu o apoio à agora candidata democrata, Hillary fez questão de se dirigir directamente ao senador do Vermont, tentando recuperar, ou não deixar alienar, o eleitorado jovem que deu à campanha de Sanders uma força que poucos antecipavam.
"Puseste as questões económica e sociais e a justiça à frente e no centro, onde pertencem. E a todos os teus apoiantes, aqui e por todo o país, eu quero que saibam que vos ouvi". "A vossa causa é a nossa causa", acrescentou depois.
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Recorrendo aos fundadores e ao coração da Constituição americana – que foi firmada em Filadélfia – que assenta numa lógica de distribuição de poderes e de pesos e contrapesos que refreiem o abuso de poder, Hillary Clinton recordou que "os nossos fundadores fizeram uma revolução e escreveram uma Constituição para que a América nunca fosse uma nação em que uma pessoa tivesse todo o poder". Trump foi, uma vez mais, o alvo evidente desta mensagem.
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"Esta noite atingimos uma marca na marcha da nossa nação no sentido de uma mais perfeita união. A primeira vez que um grande partido nomeou uma mulher para presidente", proclamou Hillary no início do discurso. Agora resta saber se Clinton vai também vencer as presidenciais de Novembro e tornar-se a primeira presidente dos Estados Unidos.
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