"É o nascer de um novo Médio Oriente". Acordo de cessar-fogo em Gaza assinado no Egito
Os mediadores do conflito que opunha Israel e o Hamas assinaram, esta segunda-feira, o acordo de paz. Donald Trump é condecorado no Egito.
"Este é o dia pelo qual as pessoas desta região e do mundo inteiro têm trabalhado, lutado, esperado e rezado". As palavras são do Presidente dos EUA, Donald Trump, na cimeira que reúne os mediadores das negociações de paz no Médio Oriente com vista à assinatura do acordo de cessar-fogo em Gaza, firmado esta tarde, no Egito.
Os EUA - o mediador principal -, o Egito, o Qatar e a Turquia assinaram o documento, num evento em que quase três dúzias de líderes mundiais da Europa e do Médio Oriente estiveram presentes: o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi, o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Friedrich Merz, o emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad al Thani, a italiana Giorgia Meloni, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o presidente palestiniano Mahmoud Abbas.
Israel e o Hamas não estiveram representados na cimeira. Trump afirmou que o documento "define muitas regras" e que "é muito abrangente", mas não deu mais informações sobre os detalhes.
"Com o acordo histórico que acabamos de assinar, as preces de milhões de pessoas foram finalmente atendidas. Juntos, alcançámos o impossível. Finalmente, temos paz. É o nascer de um novo Médio Oriente" disse ainda o Presidente dos EUA. Também hoje o grupo Hamas libertou os últimos 20 reféns israelitas. Já os palestinianos celebram a chegada dos cerca de 250 prisioneiros libertados por Israel, bem como 1.700 palestinianos detidos em Gaza desde o início da guerra, 22 menores e os corpos de 360 militares.
Com o fim da guerra, o Presidente dos EUA diz que agora "a reconstrução começa", referindo-se a Gaza deixada em escombros pelas forças israelitas. A ONU estima que sejam precisos milhares de milhões de dólares para reerguer a região onde habitam dois milhões de palestinianos.
Para Trump, "reconstruir talvez seja a parte mais fácil", disse no seu discurso, acrescentado que defende que Gaza deva ser "desmilitarizada". "Acho que já fizemos boa parte do mais difícil, porque o resto vem junto. Todos nós sabemos como reconstruir, e sabemos como construir melhor do que qualquer pessoa no mundo", acrescentou.
O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, dedicou a maior parte do seu discurso a elogiar Trump, dizendo que o indicaria outra vez para o Prémio Nobel da Paz, ganho por María Corina Machado.
As autoridades presentes ainda discutem o futuro de Gaza, incluindo questões como persuadir o Hamas a não participar no próximo Governo da região.
Donald Trump foi ainda condecorado com a "Ordem do Nilo, a mais alta honraria de Estado entre as condecorações egípcias".
Mais lidas