EUA empurram investimento estrangeiro mundial para mínimos de 2013
O investimento directo estrangeiro está em mínimos de 2013 graças à reforma fiscal dos EUA que as multinacionais norte-americanas aproveitaram para repatriar lucros.
No primeiro semestre houve uma queda muito significativa de investimento directo estrangeiro (IDE) no mundo. A redução levou o indicador para o nível mais baixo desde o primeiro semestre de 2013.
O IDE caiu 35% na primeira metade deste ano em comparação com o final de 2017, segundo os dados divulgados esta quarta-feira, 31 de Outubro, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Em causa está a reforma fiscal implementada por Donald Trump.
"Os fluxos globais de IDE diminuíram 35% para 432 mil milhões de dólares na primeira metade de 2018 quando comparados com a segunda parte de 2017", escreve a OCDE, referindo que, em grande parte, este é o resultado da reforma fiscal implementada nos Estados Unidos pela nova administração.
"Esta redução, no entanto, deverá ter um impacto mínimo nas operações estrangeiras das multinacionais norte-americanas no curto prazo porque envolve a venda e a alienação de activos financeiros, em oposição a activos reais", explica a OCDE.
Quanto impacto futuro no IDE, a Organização deixa isso em aberto por causa da "complexidade" da reforma fiscal e a "incerteza" sobre como os outros países irão responder a esta tendência.
O investimento directo estrangeiro consiste nos capitais de multinacionais que se transferem para um determinado país. São contabilizadas participações superiores a 10% em empresas já constituídas, segundo a definição do Banco de Portugal.
Neste indicador cabem os lucros reinvestidos por filiais em Portugal dessas entidades e todos os movimentos de capitais das suas empresas-mãe no exterior para as suas filiais. Está também incluído o investimento em imobiliário (propriedades e casas) para uso pessoal ou arrendamento.
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