George Osborne: G7 promete "acarinhar" recuperação económica mundial
O grupo das sete economias mais industrializadas do mundo está empenhado em "acarinhar" a recuperação económica mundial, disse o ministro das Finanças britânico, George Osborne, numa conferência de imprensa no final de uma reunião do grupo.
"No geral, as nossas discussões nos últimos dois dias reafirmaram que ainda há muitos desafios relativamente à recuperação económica global e sustentada, e não a podemos dar por garantida", disse o responsável, acrescentando que o grupo está "empenhado em cumprir o [seu] papel em acarinhar essa recuperação e em garantir uma recuperação duradoura para que todos possamos ter prosperidade nos nossos países".
Os ministros das Finanças do Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália e Japão, juntamente com os governadores dos bancos centrais e a directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, recomeçam uma reunião de dois dias num luxuoso hotel do condado de Buckinghamshire, a norte de Londres, que começou na sexta-feira.
Da reunião, que deve debater os desafios económicos que se põem a médio prazo e a melhor forma de conseguir uma recuperação económica apesar da crise da zona euro, não deverá sair qualquer decisão formal, aguardando-se, no entanto, um conjunto de declarações políticas que podem indiciar uma decisão comum a anunciar em Junho, quando a Rússia se juntar a estes países na reunião já agendada para 17 e 18 de Junho, na Irlanda do Norte.
Os encontros dos responsáveis financeiros destes países devem também colocar em evidência a divergência na abordagem da crise financeira e na sua resolução que existe entre os Estados Unidos da América e a Europa.
O secretário de Estado do Tesouro dos Estados Unidos, o equivalente ao ministro das Finanças na Europa, considerou que o seu país é um modelo por se focar no crescimento económico primeiro e só depois na consolidação orçamental.
Nas reacções citadas pela agência financeira Bloomberg, a França apoiou a ideia, mas quer o presidente do banco central alemão, quer o ministro das Finanças do Canadá, foram críticas, considerando a declaração "ambígua".
"Os americanos precisam de clarificar a sua posição nesta matéria", disse o canadiano Jim Flaherty, considerando que "parece que querem encorajar mais o crescimento económico que a disciplina orçamental".
Esta troca de argumentos é a última de um conjunto de debates públicos sobre se a austeridade europeia está a agravar a recessão ou se, pelo contrário, está a criar as condições para um crescimento económico sustentável, sendo que a tese que privilegia a necessidade de relançar já a economia tem ganho, nas últimas semanas, mais adeptos, fruto do aprofundar da recessão no ‘velho Continente’.
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