Trabalhadores portuários de toda a Europa reúnem-se para pressionar Israel
Trabalhadores reúnem-se em Génova, em Itália. Querem bloquear envio de armas que possam ser utilizadas em Gaza, numa iniciativa que, admitem, pode levar a um boicote comercial mais amplo a Israel.

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Trabalhadores portuários de toda a Europa vão concentrar-se em Génova, Itália, esta sexta-feira e sábado, dias 26 e 27 de setembro, para coordenar esforços para bloquear envios de armas que possam ser utilizadas em Gaza, uma iniciativa que poderá evoluir para um boicote comercial muito mais amplo a Israel.
A notícia está a ser avançada pelo jornal Politico, nesta sexta-feira, 26 de setembro.
O sindicato italiano USB será o anfitrião de sindicalistas vindos de portos de Espanha, França, Grécia, Chipre, Marrocos e Alemanha, para definir uma estratégia conjunta.
“Esperamos sair deste encontro com um plano de ação sério e concreto, tanto de curto como de longo prazo”, afirmou Francesco Staccioli, da direção da USB, que lidera a coordenação com os parceiros internacionais, citado pelo jornal Politico.
Numa primeira fase, os trabalhadores dos portos querem decidir conjuntamente sobre como lidar com a Flotilha Global Sumud, uma caravana de ajuda humanitária (que conta com a participação da coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua), e que foi atacada por drones israelitas em águas internacionais a sul de Creta, no início desta semana.
As conversações dos trabalhadores vão abordar o bloqueio das exportações de material militar para Israel, mas o debate poderá alargar-se e pôr em causa as relações comerciais de Israel com a União Europeia.
“Mais adiante, isto poderá significar uma ação industrial coordenada nos portos europeus contra não apenas armas, mas todo o tipo de mercadorias com destino a Israel”, acrescentou Staccioli.
A iniciativa nasceu como um esforço para coordenar os trabalhadores portuários do Mediterrâneo com o objetivo de transformar os portos em “zonas livres de armas”, explicou. A urgência aumentou durante o verão, à medida que navios carregados de armas e equipamento militar com destino a Israel atracavam no Pireu (Grécia), em Marselha (França) e em Génova.
“O que começou como um plano para um frente comum no outono, para aumentar a pressão e interromper as operações de carga e descarga de armamento nos portos europeus, e foi reformulado pelos acontecimentos recentes”, afirmou.
O ponto de viragem, disse, foi a Flotilha Global Sumud Flotilla - a quarta e maior iniciativa marítima para desafiar o bloqueio de Gaza por parte de Israel, envolvendo 20 embarcações e mais de 300 tripulantes. A missão partiu no início de setembro, num momento em que Gaza enfrenta uma crise humanitária cada vez mais grave, com agências das Nações Unidas a alertar para o risco de fome em toda a faixa.
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