Mercado cambial à espera de pistas da Fed. Negociação de ouro, prata e platina em recuperação
Acompanhe, ao minuto, a evolução dos mercados nesta terça-feira.
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Depois do alívo pós-Natal, juros voltam a agravar na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas dos países da Zona Euro agravam esta terça-feira, depois do alívio sentido na sessão de ontem, e numa altura em que as bolsas europeias procuram ainda alguma definição.
Os juros das "Bunds" alemãs com maturidade a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, agravam 1,0 pontos-base para 2,838%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade sobe 1,3 pontos para 3,536% e, em Itália, os juros avançam 1,4 pontos para os 3,515%.
Pela Península Ibérica, registou-se a mesma tendência, com a "yield" das obrigações portuguesas a dez anos a agravar 1,3 pontos-base para 3,118% e a das espanholas a subir 1,2 pontos para 3,260%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, também a dez anos, avançam 0,5 pontos base, para 4,490%.
Mercado cambial sem grandes movimentações à espera de atas da Fed
O euro está a negociar sem oscilações face ao dólar norte-americano esta manhã, num dia marcado pela divulgação das atas da última reunião da Reserva Federal (Fed) - quando o banco central decidiu cortar pela terceira vez consecutiva as taxas de juro em 25 pontos-base. A votação não foi unânime e os investidores querem agora receber pistas para perceber como a autoridade monetária se vai movimentar em 2026.
A esta hora, o euro está inalterado em 1,1773 dólares, enquanto a libra cede 0,01% para 1,3511 dólares. O ano de 2025 foi especialmente penalizador para a "nota verde" - muito devido à política comercial de Donald Trump que afastou os investidores de ativos americanos - e levou a divisa europeia e britânica a registarem o melhor desempenho desde 2017.
Um dólar mais fraco também levou o renminbi chinês "onshore" a ultrapassar, pela primeira vez desde 2023, o nível dos sete dólares esta terça-feira, mesmo com o Banco Popular da China a tentar impedir que a moeda valorizasse excessivamente. “Pode haver mais valorização do yuan pela frente, apoiado por um fluxo de capital estrangeiro, pela expectativa de recuperação do crescimento e pelo otimismo tecnológico”, explica Wee Khoon Chong, estratega de mercado do BNY, à Bloomberg.
Os novos cortes nas taxas de juro por parte da Fed que se esperam para 2026 dão espaço ao dólar para cair ainda mais. Os investidores veem dois alívios de 25 pontos-base no próximo ano e os estrategas da MUFG antecipam mesmo que a "nota verde" possa cair 5%, depois de já ter desvalorizado quase 14% face ao euro este ano, num cenário base de três cortes.
Metais preciosos recuperam. Ouro em alta após tocar mínimos de duas semanas
O ouro está a recuperar terreno esta terça-feira, após o "sell-off" da sessão anterior ter levado a matéria-prima a tocar em mínimos de duas semanas. Os investidores encontram-se a reagir a uma série de desenvolvimentos geopolíticos, da Venezuela ao Médio Oriente, que estão a aumentar o prémio de risco dos metais preciosos, num dia marcado por um volume de negociação diminuto.
"O facto de termos tido uma queda tão significativa na segunda-feira só mostra a grande volatilidade dos mercados, provavelmente agravada pelas condições de negociação mais fracas devido à época festiva", explica Kyle Rodda, analista da Capital.com, à Reuters. A esta hora, o ouro avança 0,80% para 4.367,15 dólares por onça, depois de ter atingido um novo máximo histórico de 4.549,71 dólares na sexta-feira.
Os restantes metais preciosos também recuperam, após as quedas avultadas de segunda-feira. A prata acelera 3,62% para 74,72 dólares por onça, depois de ter tocado nos 83,62 dólares no arranque da sessão anterior - antes de cair e registar a pior perda diária desde 2020. Já a platina observou mesmo a sessão mais negativa de sempre, apesar de até ter atingido um novo recorde de 2.478,50 dólares por onça no início da semana. A esta hora, acelera 1,8% para 2.146,81 dólares.
Apesar de os três metais terem registado um 2025 estelar, o próximo ano promete adensar os ganhos. Os conflitos geopolíticos continuam bem presentes, apesar de as tentativas de mediar acordos de paz por parte dos EUA e União Europeia, e a Reserva Federal (Fed) norte-americana deverá continuar a cortar nas taxas de juro, com os investidores a anteciparem pelo menos dois cortes de 25 pontos-base em 2026.
Petróleo segura ganhos de 2% com aumento das tensões geopolíticas
Os preços do petróleo estão a negociar sem grandes flutuações esta terça-feira, depois de terem acelerado mais de 2% na sessão anterior, com os investidores a avaliarem a sustentabilidade das negociações para a paz na Ucrânia na sequência de um alegado ataque à residência de férias do Presidente russo, Vladimir Putin.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) – de referência para os EUA – perde apenas 0,02% para os 58,06 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para o continente europeu – recua igualmente 0,02% para os 61,93 dólares por barril. O contrato do Brent para entrega em fevereiro termina esta terça-feira.
"Os mercados estão a perceber que será muito difícil chegar a um acordo" para a paz na Ucrânia, explica Ed Meir, analista da Marex, à Reuters. Kiev já rejeitou qualquer acusação de um ataque, caracterizando as alegações como infundadas e destinadas a minar as negociações para alcançar um cessar-fogo definitivo, um dia depois de Volodymyr Zelensky e Donald Trump terem reunido em Mar-a-Lago e chegado a "90%" de um acordo.
Entretanto, o Presidente dos EUA, que também esteve à conversa com Putin ao telefone, disse estar indignado com os detalhes do alegado ataque. A escalada nas tensões geopolíticas pode vir a adiar o tão esperado acordo de paz e prolongar ainda mais as sanções ao petróleo russo, levando os preços do crude a aumentarem no curto-prazo.
Os investidores estão ainda atentos aos desenvolvimentos no Médio Oriente e na Venezuela. Donald Trump está a favor de uma nova ofensiva no Irão, caso Teerão prossiga com os seus planos nucleares ou com a reconstrução de mísseis balísticos, e aproveitou um encontro com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, para insistir no desarmamento do Hamas.
Já em relação à Venezuela, Trump afirmou ainda que os EUA atacaram um cais no país, onde droga seria alegadamente carregada. A confirmar-se este ataque, seria a primeira vez que Washington ataca o solo venezuelano, após o presidente norte-americano antecipar operações no terreno. "Houve uma grande explosão na área do cais, onde eles carregam os barcos com drogas. Nós atingimos todos os barcos e agora estamos a atingir a área", disse Trump, citado pela Associated Press a partir de uma conferência de imprensa em Mar-a-Lago, na Florida.
Ásia e Europa sem rumo na última sessão completa do ano. Várias bolsas despedem-se de 2025
As principais praças asiáticas encerraram aquela que é a última sessão completa do ano para a grande maioria das bolsas sem rumo definido, enquanto a Europa aponta para o mesmo caminho, numa altura em que os investidores aproveitam os momentos finais de 2025 para reposicionar as suas carteiras, sem grandes catalisadores para dar força às ações mundiais.
Esta terça-feira marca mesmo a última sessão do ano para uma série de bolsas, onde se inclui o Japão, a Coreia do Sul e a Tailândia. As duas primeiras praças acabaram por se despedir de 2025 com uma sessão negativa, com o Nikkei 225 a ceder 0,37% e o Kospi a cair 0,15%, mas as movimentações de hoje não minam aquele que foi um ano estelar para as duas bolsas - especialmente a sul-coreana, que valorizou mais de 75%.
"A retração de hoje parece ser mais uma consolidação saudável do que uma mudança na tendência" altista das ações, explica Mohit Mirpuri, analista da SGMC Capital, à Bloomberg. O MSCI All Country World Index prepara-se para fechar o terceiro ano consecutivo de ganhos com o melhor desempenho desde 2019 - muito devido a um "rally" de inteligência artificial, que elevou as valorizações do índice para cima dos 21%.
Já pela China, o Hang Seng, de Hong Kong, contrariou a tendência dos seus pares, ao acelerar 0,83%, apesar de o Shanghai Composite ter terminado a sessão inalterado. Os investidores continuam atentos aos exercícios militares chineses ao largo de Taiwan, que estão a adensar as tensões geopolíticas entre os dois países. O presidente da pequena nação insular já afirmou que "não vai escalar o conflito".
Ainda em foco durante a sessão estarão os alegados ataques ucranianos à residência do Presidente russo, Vladimir Putin - uma acusação feita por Moscovo sem qualquer tipo de provas. O líder norte-americano já veio mostrar-se "indignado" com a ofensiva, classificando o ato como "imprudente", numa altura em que os EUA têm sido os mediadores das negociações para alcançar a paz na Ucrânia.
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