Trump quer baixar preços dos medicamentos nos EUA. Setor fala de "ameaça existencial"
Não é claro como Trump pretende reduzir os preços dos medicamentos, os mais caros do mundo. Fontes ouvidas pela Reuters dizem que o setor está mais preocupado com esta medida do que com quaisquer tarifas.
O Presidente dos Estados Unidos quer reduzir os preços dos medicamentos no país, alinhando-os com os valores praticados por outros países desenvolvidos. É o que avança a Reuters, citando duas fontes ligadas a empresas do setor, que indicam que os fabricantes já foram alertados para esta intenção de Donald Trump.
Esta possibilidade estará a causar alarme no setor, com as fontes a darem conta de uma elevada preocupação, superior a quaisquer notícias sobre tarifas aos medicamentos importados. Uma das fontes disse mesmo tratar-se da maior "ameaça existencial para a indústria e para a inovação em biociência nos EUA".
Não é claro como o Presidente norte-americano tenciona fazer baixar os preços. Os EUA são o país que mais paga por medicamentos no mundo, três vezes mais que os restantes países desenvolvidos, segundo a Reuters. Durante o primeiro mandato, Trump tentou implementar um programa de preços de referência internacionais, mas viu a proposta bloqueada pelo tribunal. Na altura, há cinco anos, o objetivo era poupar aos contribuintes 85 mil milhões de dólares durante sete anos, reduzindo a despesa anual dos EUA de mais de 400 mil milhões de dólares em medicamentos.
A notícia teve impacto nos mercados europeus, com a Novo Nordisk a afundar mais de 7% e tocar mínimos de 2022, embora também pressionada pela notícia de novos concorrentes para o popular fármaco de perda de peso Ozempic. A Roche acabou por perder quase 1%, também depois de ter anunciado que vai abrir fábricas nos Estados Unidos para contornar as tarifas de Trump, num investimento de 50 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos. Já a Zeeland Pharma mergulhou quase 7%.
Nos EUA, o impacto não foi tão visível, com as gigantes Merck e Eli Lilly a ganharem 0,5% e 1%, respetivamente, perto do final da sessão.
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