Centeno diz que BCE "não tem pressa" em baixar mais as taxas de juro

Após oito corte de juros no espaço de um ano, o governador do Banco de Portugal defende que não há pressa em avançar com mais cortes e que é preciso "olhar para os dados". Alerta ainda que um crescimento fraco pode comprometer meta de inflação.
Governador do Banco de Portugal diz que regresso da inflação do euro aos 2% é 'grande notícia'.
Miguel Baltazar
Negócios 02 de Julho de 2025 às 10:12

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, defendeu esta quarta-feira, em entrevista à Bloomberg, que o Banco Central Europeu (BCE) "não tem pressa" em reduzir mais as taxas de juro, depois de ter avançado com .

Para Mário Centeno, o regresso da inflação à meta dos 2% – definida pelo BCE como garante de estabilidade de preços – é "uma grande notícia". A estimativa rápida do Eurostat, divulgada esta terça-feira, indica que a , um feito a que a presidente do BCE, Christine Lagarde, reagiu dizendo que

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Em relação e eventuais novos cortes de juro, o governador do BdP considera, porém, que é preciso avançar com cautela. As tarifas impostas por Donald Trump e a tensão no Médio Oriente, com o Irão a ameaçar fechar o Estreito de Ormuz por onde passa 20% do petróleo bruto transportado por via marítima, podem gerar novas pressões inflacionistas e inverter o processo inflacionista em curso. Por isso, diz que o BCE deve manter-se atento.

"Precisamos de ver os dados e os desenvolvimentos", referiu Mário Centeno, à margem da conferência anual do BCE em Sintra. "Não significa que tenhamos de nos apressar".

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Argumentou ainda que é preciso monitorizar "todos os números possíveis" e ir avaliando a evolução das 20 economias da Zona Euro. "Se descermos um pouco em termos de crescimento, isso impacta sempre na sustentabilidade da inflação de 2%", enfatizou, acrescentando que os dados do produto interno bruto (PIB) do segundo trimestre serão "cruciais" para tomar decisões mais acertadas.

Christine Lagarde tem referido que o BCE está determinado a continuar a ser "dependente dos dados, a decidir reunião a reunião" e não nos se a "pré-comprometer com nenhum caminho”. Mário Centeno não deverá participar na próxima reunião do BCE, agendada para 24 de julho, já que o seu e não há expectativa de que venha a ser renovado. 

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