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Lagarde: "Estamos nos 2%. Meta atingida"

Com a inflação nos 2% em junho, a presidente do BCE disse que a missão do banco central foi cumprida. Mas que isso não faz ainda a autoridade monetária baixar os braços.

Christine Lagarde discursa no painel de política monetária no Fórum do BCE.
Christine Lagarde discursa no painel de política monetária no Fórum do BCE. D.R.
01 de Julho de 2025 às 15:01

Ainda não é vitória, mas a "meta foi atingida". Foi assim que a presidente do Banco Central Europeu (BCE) comentou os mais recentes números da inflação na Zona Euro, divulgados nesta terça-feira, 1 de julho. 

"Estamos nos 2%. É o último indicador [da inflação], é o nosso objetivo e o valor que as projeções que o nosso 'staff' apontam", afirmou Christine Lagarde, referindo-se aos indicadores de . O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor ficou nos 2% em junho, subindo ligeiramente face aos 1,9% registados no mês anterior. 

Afastando ainda a noção de vitória, a líder da autoridade monetária frisou: "Não digo missão cumprida, mas a meta foi atingida". A francesa falava no painel de política monetária, que junta outros governadores de bancos centrais, nomeadamente o presidente da Fed, Jerome Powell, no Fórum do BCE, que decorre em Sintra.

Lagarde tinha sido questionado sobre o impacto das tarifas de Donald Trump sobre a inflação e a economia da Zona Euro. Mas a presidente dos EUA preferiu reconhecer, em primeiro lugar, que os países da moeda única estão em “processo desinflacionário”, ou seja, que os preços estão a abrandar. 

Ainda assim, e tal como tem repetido nas suas últimas intervenções, a francesa admitiu que existe “muita incerteza, risco de fragmentação e de desenvolvimentos geopolíticos que são preocupantes”. Nesse sentido, a presidente do BCE defendeu que é preciso manter a cautela: “Temos de continuar a ser extremamente vigilantes”.

Questionada depois sobre como é que essa incerteza se vai refletir nas próximas decisões de corte (ou não) das taxas de juro, Lagarde respondeu que “os dados vão dizer” o que fazer. “Estamos determinados a continuar a ser dependentes dos dados, a decidir reunião a reunião e não nos estamos a pré-comprometer com nenhum caminho”, repetiu.

Sobre qual será a taxa de juro neutral na Zona Euro, que teria um impacto neutro na economia, Lagarde afastou esse conceito, considerando que a taxa está associado num contexto de equilíbrio e que é mais difícil apontá-la num contexto de incerteza como o atual. 

Lagarde apoia Powell

Com as alterações tão profundas que as tarifas da Casa Branca podem impor à economia global, Christine Lagarde admitiu que 2025 possa ser um ano de mudança e defendeu que, à medida que as mudanças ocorram, será necessário "um grande esforço" para as combater. 

Depois, a moderadora do painel, a jornalista Francine Lacqua, da Bloomberg, confrontou Jerome Powell com as críticas diretas do presidente norte-americano. Mas o líder da Fed respondeu apenas que está "muito focado" em manter a estabilidade de preços e financeira, bem como o emprego, nos Estados Unidos. "É nisso que estamos focados", contrapôs. 

E se fosse Lagarde a ser criticada da mesma forma, faria algo diferente de Powell? "Julgo que posso falar por todos os meus colegas governadores: Estariamos todos a fazer exatamente a mesma coisa", afirmou a líder do BCE, sendo aplaudida pela audiência do Fórum do BCE. 

A francesa admitiu que "daqui a uns anos vamos olhar para 2025 como um ano de mudança significativa". Mas disse esperar que essa mudança tenha sido para melhor. 

(Notícia atualizada. Título corrigido às 15:55)

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