Fed vê maiores riscos para o crescimento global e recusa "vergar-se" à política
O presidente da Reserva Federal Norte-Americana (Fed), Jerome Powell, deixou várias mensagens que reforçam o sentido da sua intervenção anterior, em que abriu a porta a uma descida dos juros nos Estados Unidos.
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Num discurso proferido esta terça-feira, 25 de junho, o presidente da Fed assumiu que os riscos para o crescimento global aumentaram nas últimas semanas. Isto apesar de mencionar "bases sólidas" que têm vindo a suportar "um crescimento continuado".
De acordo com Powell, enquanto no início de maio não via "motivos fortes" para ajustar a política monetária, desde então, "o cenário mudou": o "aparente progresso" deu lugar a "maior incerteza" e os mais recentes dados económicos "levantam preocupações renovadas sobre a força da economia global".
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Perante este quadro, Powell rematou que "uma onça de prevenção é melhor do que uma libra de cura", uma frase que parece privilegiar o corte de juros em vez de um remédio mais tardio para as economias.
No discurso do presidente da Fed houve ainda espaço para sublinhar a independência da Reserva Federal. "A Fed está isolada de pressões políticas de curto prazo, o que é normalmente referido como a nossa independência", disse Powell, apontando para os "danos" que podem surgir caso o banco central se "vergue". Uma característica que é comum a bancos centrais a nível global, acrescentou.
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Estas afirmações surgem numa altura em que o presidente norte-americano, Donald Trump, tem criticado continuamente a ação da Fed e pressionado para ver um alívio nos juros, de forma a impulsionar a economia durante o respetivo mandato. Trump referiu-se recentemente à Fed como "uma criança teimosa" que "não sabe o que está a fazer". Também recentemente, Trump criticou a ação do Banco Central Europeu, depois de vários responsáveis deixarem uma mensagem equivalente à da Fed: de disponibilidade para apoiar e estimular a economia.
O líder norte-americano disse que a descida do euro que se verificou após o discurso do presidente do BCE, Mario Draghi, dá uma vantagem injusta aos países da moeda única face aos Estados Unidos. Donald Trump disse ainda que a região tem ficado impune durante anos, juntamente com a China e outros países, sugerindo que estes manipulam a sua moeda.
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