Powell trava otimismo em torno de corte dos juros. Taxa diretora até pode "voltar a subir"
O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, atenuou nesta sexta-feira o vigor otimista de quem esperava para breve um corte dos juros diretores. Depois do início do ciclo de subida da taxa dos fundos federais, em março do ano passado, devido às pressões inflacionistas intensificadas com a guerra na Ucrânia, alguns responsáveis da Fed têm dado sinais de que o endurecimento da política monetária pode ter chegado ao fim. Mas isso é diferente de começar já a aliviar os juros diretores - que até podem ainda subir mais.
PUB
Num evento em Atlanta, Powell arrefeceu a crescente expectativa de Wall Street de que o banco central irá começar proceder a cortes nos juros diretores já no primeiro semestre de 2024, tendo afirmado que a cautela continuará a imperar.
Aliás, Powell não afastou a possibilidade de a taxa dos fundos federais – atualmente em máximos de 22 anos – poder voltar a subir, se tal for necessário.
PUB
"Seria prematuro concluir com confiança que chegámos a um posicionamento suficientemente retritivo, ou especular sobre quando é que a política monetária poderá voltar a aliviar", declarou Powell. "Estamos preparados para um maior endurecimento se isso se revelar adequado", sublinhou.
Jerome Powell sinalizou que os responsáveis da Fed esperam deixar inalteradas as taxas de juro na sua reunião agendada para 12 e 13 de dezembro, ficando assim com mais tempo para avaliar o estado da economia depois de o banco central ter elevado os juros diretores agressivamente – ao passarem de um intervalo entre 0% e 0,25% em março de 2022 para mais de 5% em julho deste ano.
PUB
A desaceleração da economia norte-americana e o alívio na inflação (mas que está ainda longe da meta dos 2% definida pelo banco central) fizeram crescer a expectativa, junto dos investidores, de que a Fed poderia começar a cortar os juros já em março que vem – mas agora Powell veio conter essa mesma expectativa.
"O Comité Federal do Mercado Aberto [FOMC] da Fed está fortemente empenhado em, com o decorrer do tempo, fazer baixar a inflação para 2%, e em manter a política restritiva até que estejamos confiantes de quem a trajetória da inflação segue rumo a esse objetivo", disse ainda Powell.
(notícia atualizada às 16h46)
PUB
Mais lidas
O Negócios recomenda