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Banco de Inglaterra mantém taxas de juro inalteradas nos 4,25%. Decisão não foi consensual

O Banco de Inglaterra acabou por optar pela cautela, mas três membros da autoridade monetária queriam já avançar com um corte de 25 pontos base.

As taxas de juro de referência britânicas encontram-se nos 4,25%.
As taxas de juro de referência britânicas encontram-se nos 4,25%. Andy Rain / Lusa_EPA
19 de Junho de 2025 às 12:14

Depois de ter voltado a cortar as taxas de juro em 25 pontos base no início de maio (uma decisão que não foi consensual entre os membros do banco central), o Banco de Inglaterra (BoE) decidiu manter os juros diretores inalterados nos 4,25% na reunião desta quinta-feira. Apesar do movimento ir ao encontro das expectativas do mercado, os analistas antecipavam uma decisão mais consensual no seio da autoridade monetária britânica. O voto foi bastante dividido, com três membros a pedirem um corte de 25 pontos base.

Apesar de ter optado pela cautela, o BoE prepara, assim, caminho para um novo alívio da política monetária na próxima reunião, agendada para agosto. As atas do encontro revelam que o banco central britânico espera "um abrandamento significativo" no crescimento dos salários para o resto do ano, citando um mercado laboral a mostrar sinais de debilidade. A autoridade monetária continua a afirmar que futuros cortes nas taxas de juro devem ser "graduais e cuidadosos", mas reconhece "sinais de pressões desinflacionistas vindos do mercado de trabalho". 

Desde que arrancou este ciclo de alívio de política monetária em agosto do ano passado, o BoE já optou por quatro cortes nos juros diretores. "As taxas de juro continuam numa trajetória descendente gradual", explicou Andrew Bailey, governador do banco central britânico, após a decisão. O líder da autoridade monetária reconhece a "imprevisibilidade" do contexto atual, numa altura em que a guerra comercial de Donald Trump - que já assinou um acordo com o Reino Unido - continua a ameaçar o crescimento global e novas tensões geopolíticas estalam no Médio Oriente. 

O comité de política monetária do BoE não se absteve de fazer previsões sobre o possível impacto do conflito entre Israel e Irão na economia britânica. O disparar dos preços do petróleo, que chegaram a crescer mais de 10% no rescaldo dos primeiros ataques, pode vir a contrariar a tendência de arrefecimento da inflação, admite o banco central, que se diz atento e pronto a mudar o seu quadro macroeconómico. 

Guerra comercial com menor impacto do que antecipado

Com os EUA e o Reino Unido a assinarem um acordo comercial, depois de as tarifas "recíprocas" de Trump terem ameaçado abanar os alicerces das economias mundiais, o BoE revela-se agora mais otimista para a economia britânica. Embora continue a afirmar que o PIB "permanece fraco", o banco central decidiu rever em alta as suas previsões de crescimento para o segundo trimestre, apontando agora para uma aceleração de 0,25% contra os 0,1% de maio. 

O crescimento acentuado na inflação em abril, com o índice de preços no consumidor a aumentar de 2,6% para 3,5%, não surpreendeu a autoridade monetária, que já antecipava um disparo nos preços da energia. Apesar de a inflação até ter desacelerado ligeiramente para os 3,4% em maio, a queda deveu-se a uma descida nos preços dos transportes, com os alimentos, mobiliário e bens domésticos a continuarem em trajetória ascendente.

A (Fed) norte-americana. Na quarta-feira, o banco central do país decidiu manter os juros diretores no intervalo entre 4,25% e 4,50%, tendo .

(Notícia atualizada às 12h43)

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