Fed aponta para mais duas subidas de 50 pontos nos juros em junho e julho
Maioria dos responsáveis do banco central dos EUA está de acordo com subidas de 50 pontos base nos juros diretores, nas duas próximas reuniões de política monetária.
A maioria dos responsáveis da Fed apoia a continuação da subida dos juros diretores, apontando para um aumento na ordem dos 50 pontos base nas duas próximas reuniões de política monetária.
Depois de, em março, ter iniciado o ciclo de aumento dos juros com uma subida de 25 pontos base, a Reserva Federal norte-americana elevou a taxa diretora em 50 pontos base na reunião de 3 e 4 de maio e as atas agora divulgadas vão ao encontro daquilo que o presidente da Fed tinha dito na conferência de imprensa.
Jerome Powell afirmou, a 4 de maio, que estava em cima da mesa mais uma subida de 50 pontos base na reunião seguinte do banco central – e mais tarde aludiu aos dois próximos encontros.
O presidente do banco central disse, no entanto, que um aumento de 75 pontos base não era algo que estivesse a ser ponderado.
Desde o estoiro da bolha das dot.com – ou seja, há 22 anos – que a Reserva Federal norte-americana não procedia a um aumento de 50 pontos da sua taxa diretora e agora deverá fazê-lo em três reuniões seguidas.
A Reserva Federal tem mais cinco reuniões de política monetária agendadas para este ano – junho, julho, setembro, novembro e dezembro – e Powell tem vindo a dizer que poderá haver um aumento dos juros diretores em todas elas, se isso se revelar necessário no combate à elevada inflação no país, que está em máximos de 40 anos.
Mas ao mesmo tempo que os decisores da Reserva Federal veem potencial para a taxa diretora subir o suficiente para "arrefecer" a economia, há nas atas da última reunião algumas pistas sobre uma possível pausa neste ciclo de subida dos juros, caso as coisas "corram bem": um endurecimento "expedito" da política monetária poderá deixar a Fed "bem posicionada para, em finais deste ano, avaliar os efeitos da firmeza das suas medidas e analisar até que ponto os desenvolvimentos económicos justificam ajustes nessa política".
Os membros da Fed continuaram a debater a inflação, revelando a sua preocupação perante as dificuldades que as subidas de preços estão a provocar nos americanos. Alguns deles sublinharam mesmo que os preços altos estão a prejudicar as vendas de algumas empresas, pelo que os riscos de contração foram um dos temas abordados na reunião.
Houve também quem apontasse vulnerabilidades nos mercados das obrigações e das matérias-primas. Dois dos membros do banco central salientaram que a negociação e as práticas de gestão de risco de alguns intervenientes-chave nos mercados de "commodities" não eram totalmente visíveis para as autoridades reguladoras, o que poderá levar a "significativos pedidos de liquidez aos bancos, corretoras e seus clientes".
(notícia atualizada às 19:33)
Mais lidas