Impresa espera subida ligeira das receitas até 2028
Na véspera da assembleia-geral de acionistas, a Impresa divulga projeções financeiras até 2028. Sublinha, no entanto, que foram elaboradas em junho, ou seja, antes do anúncio da entrada dos italianos da MFE no seu capital.
A Impresa espera um aumento ligeiro das receitas até 2028. A dona da SIC e do Expresso faz uma projeção das contas consolidadas até 2028, antecipando uma taxa média de crescimento anual de 0,5% nas receitas, tendo como base os valores de 2024 (182,3 milhões). Já para o EBITA (lucros antes de juros, impostos e amortizações), antecipa uma taxa de crescimento de 7,2%, prevendo chegar a 2028 com 24,3 milhões, bem acima dos 14,9 milhões estimados para este ano.
Estas projeções foram enviadas este domingo à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em resposta a um pedido do regulador e "por questões de igualdade de informação ao mercado e aos investidores". A Impresa, que em novembro viu os italianos da Media For Europe (MFE) ficarem com 32,9% do seu capital, sublinha, no entanto, que estas são projeções preparadas "com informação disponível a junho de 2025". Diz ainda que "não assume qualquer obrigação de atualizar a informação ou as declarações prospetivas, designadamente para refletir alterações nas expectativas da Impresa ou quaisquer mudanças nos eventos, condições ou circunstâncias em que tais declarações se baseiem".
Estas projeções financeiras por segmento revelam maiores dificuldades nas publicações do que na televisão. A taxa média de crescimento anual prevista para o negócio televisivo até 2028 é de 0,9%, com receitas estimadas no último ano de 159,4 milhões e um EBITA a subir 3,9% para 21,2 milhões. Já no segmento "publishing", as projeções são mais negativas: antecipa-se uma taxa de crescimento anual negativa de 1,1% nas receitas até 2028, ainda que com um aumento de 10,9% no EBITA.
A Imprensa frisa que estes dados são prospetivas, relativos "a eventos futuros e aos resultados futuros". "Nessa medida, nem a Impresa nem qualquer outra pessoa podem assegurar que os seus resultados, desempenho ou eventos futuros corresponderão a essas expectativas, nem assumem qualquer responsabilidade pela exatidão e completude desses resultados ou das declarações prospetivas", pode ler-se.
A Impresa convocou uma assembleia-geral de acionistas para esta segunda-feira para votar uma proposta de aumento de capital a ser subscrito na íntegra pelo grupo italiano MFE.
O aumento de capital é uma das condições necessárias para que a entrada do grupo controlado pela família Berlusconi se torne acionista da Impresa, conforme foi anunciado a 26 de novembro, que veio confirmar a informação avançada pelo Negócios a 3 de novembro. Além da aprovação do aumento de capital, o negócio depende ainda que a CMVM não obrigue ao lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) e que as instituições de crédito não acionem "cláusulas de resolução ou de vencimento antecipado em contratos de financiamento celebrados pela Impresa e/ou pelas suas subsidiárias".
O aumento de capital será realizado mediante a emissão de 82,5 milhões de ações da Impresa por 17,325 milhões de euros, comprometendo-se os atuais acionistas a abdicarem do direito de preferência. A operação colocará a MFE com uma participação de 32,934% do capital da dona SIC e do Expresso, ficando a Impreger, "holding" da família Balsemão, com 33,738%.
Este negócio é considerado fundamental para garantir a viabilidade financeira da Impresa, que acumula 145 milhões de euros de dívida líquida.
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