BE acusa Governo de querer precarizar "a vida dos mais velhos"
"As alterações que querem introduzir à lei significam que os pensionistas, a partir de hoje, nunca saberão qual pode ser a sua pensão. Não só os cortes serão permanentes como a qualquer momento poderão existir novos cortes", afirmou Catarina Martins este domingo em Gaia, onde participou na sessão pública "Desobedecer à Europa da Austeridade!".
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Para a coordenadora do BE, isto corresponde à "completa precarização da vida dos mais velhos num país que já precarizou a vida dos mais novos com a precarização das condições de trabalho".
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Catarina Martins referia-se à possibilidade avançada esta semana num briefing do Ministério das Finanças do Governo de transformar a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) num mecanismo permanente, ajustando o valor das pensões a critérios demográficos e económicos.
Apesar de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter dito que o Governo não tem, nesta fase, nenhuma discussão "em cima da mesa" sobre reduções adicionais de salários e pensões, Catarina Martins alerta que "a palavra do Governo vale zero".
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"Não dizem o que querem fazer mas sabemos o que tentam esconder: querem tornar permanentes os cortes que sempre disseram que seriam transitórios. Mais do que isso, em relação aos pensionistas fazem um duplo corte: um corte nas pensões mas também um corte na expectativa e no direito ao mínimo de segurança que cada um pode ter", avisou.
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Para a coordenadora do BE, esta precarização dos mais velhos é "o humilhar de um país, é limitar as possibilidades de futuro". "É contra isto que é preciso, a 25 de maio, [data das eleições europeias] juntar forças", afirmou.
Questionada sobre a petição para levar a reestruturação da dívida ao plenário da Assembleia da República, Catarina Martins destacou que "o Governo está completamente isolado nesta sua ideia peregrina de achar que é possível não reestruturar a dívida e de querer aplicar austeridade ao país durante mais dez, vinte ou trinta anos". "O país não aguenta mais", sustentou.
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Reestruturar a dívida "é algo que o BE tem defendido desde sempre" e "é hoje amplamente consensual na sociedade portuguesa", observou. Para Catarina Martins, este "é o momento de mudar" e isso "exige um país que esteja de pé, com força, que renegoceie a sua dívida".
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Quanto a eventuais resultados práticos da petição, a bloquista defendeu que "a democracia não se fecha num dia". "É pelas vozes que se juntam a pedir a mudança que se pode mudar a sociedade. Uma petição não muda a sociedade mas é uma força grande quando as vozes se juntam", justificou.
Catarina Martins destacou ainda a importância das eleições europeias para que "cada um possa exprimir qual o seu desejo de futuro".
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A coordenadora do bloco considera que o voto vai servir para determinar se os portugueses querem "mais 20 ou 30 anos de austeridade" e "ficar de joelhos perante os credores internacionais" ou se acham que o país deve ter "a coragem e determinação" para "renegociar a dívida", para a reestruturar e "ter um futuro digno".
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O movimento Manifesto 74, que reúne personalidades de todos os quadrantes da sociedade portuguesa, anunciou na sexta-feira que está a realizar uma petição para levar a reestruturação da dívida ao plenário da Assembleia da República e que já ultrapassou entretanto as quatro mil assinaturas necessárias para ser discutida no hemiciclo.
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