CGTP quer que o Governo meta a segunda velocidade

Está na hora de o Governo meter a segunda velocidade no carro e ouvir as sugestões da CGTP, disse esta terça-feira Arménio Carlos, que deixou um caderno de encargos ao Governo para o próximo Orçamento.
Bruno Simão/Negócios
Elisabete Miranda 26 de Julho de 2016 às 16:04

Arménio Carlos compara o Governo a um carro: até agora, tem andado a reverter as medidas de austeridade mais gravosas, mas, mais dia menos dia, vai ter de ganhar velocidade e meter a segunda. Caso contrário, o apoio da esquerda a António Costa poderá começar a gripar e o carro será obrigado a encostar à boxe.

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A CGTP foi o primeiro parceiro social a ser ouvido esta terça-feira, 26 de Julho, por Marcelo Rebelo de Sousa, e quando saiu, já bem para lá da hora que estava agendada, o que obrigou os patrões a esperarem pacientemente pela vez, Arménio Carlos deixou um caderno de encargos de curto prazo para o Governo.

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Um deles passa pela Administração Pública, nomeadamente o desbloqueio de salários e carreiras, a par com a melhoria dos serviços públicos; outra das reivindicações assenta no rompimento com o trabalho precário que permite que, hoje em dia, um licenciado seja contratado por menos que 600 euros; a contratação colectiva é outra das dimensões caras à CGTP, com a central sindical a reclamar que o Governo "acabe de vez" com a caducidade dos contratos quando não há acordo para a sua renovação; Arménio Carlos quer ainda que António Costa se debruce sobre os problemas da distribuição de rendimento no país.

 

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As medidas são para serem tomadas em consideração já no âmbito do próximo Orçamento do Estado para 2017, e segundo Arménio Carlos, em relação a algumas delas, não há sequer desculpa para não se avançar.

 

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É o caso da mudança de modelo de desenvolvimento, e é também o caso da contratação colectiva, que não custam um cêntimo aos cofres públicos, antes reflectindo opções políticas – este "é o momento de mostrar uma posição muito clara para o OE".

 

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Questionado sobre se poderia estar em causa o reconhecimento que a CGTP tem feito sobre o esforço de reposição de rendimentos encetado pelo Governo, Arménio Carlos respondeu que é da natureza dos sindicatos serem reivindicativos. "Enquanto 2/3 dos desempregados não tiverem qualquer apoio social, enquanto 70% das colocações forem precárias e por 580 euros por mês, ilíquidos, não vamos desistir".

 

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Mas, acrescentou, "tudo isto faz parte de um processo" e o processo exige que se transite da fase da reposição para a fase da melhoria. No fundo, que se meta a segunda e comece a ganhar velocidade.  

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