António Monteiro: "Conselho de Segurança da ONU é um órgão anti-democrático"
O embaixador e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros é o convidado do podcast "Conversas Visíveis", um formato conduzido pelos colunistas da Mão Visível que estará disponível a partir desta quinta-feira, dia 23. António Monteiro acredita que continua a haver "na ordem internacional regras que se mantêm".
O embaixador e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros António Monteiro entende que as Nações Unidas continuam a ser "um instrumento indispensável da nossa vida planetária", ainda que a atual "ordem multilateral" seja "fraca e por vezes pouco efetiva". Para o diplomata, "são necessárias reformas [nas instituições multilaterais]", como é o caso da ONU. Ainda assim, frisa, "devemos encará-las como normais, porque a ordem de hoje não é a ordem da II Guerra Mundial". E um dos órgãos que devia merecer ajustes é o conselho de segurança das Nações Unidas. "O conselho de segurança tem, quanto a mim, um problema que é o facto de ser um órgão anti-democrático. Tem dez membros eleitos que não têm poder ou têm pouco e têm cinco membros permanentes, não eleitos, que esses sim dominam a tomada de decisão", acrescenta o também presidente do conselho de administração da Fundação Millennium BCP. António Monteiro é o próximo convidado do podcast "Conversas Visíveis", um formato conduzido pelos colunistas da "Mão Visível" e que estará disponível no site do Jornal de Negócios e nas plataformas Apple Podcasts e Spotify a partir desta quinta-feira, dia 23. A conversa foi conduzida por Jorge Marrão e Joaquim Aguiar. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros adianta que o poder destes cinco países no conselho de segurança da ONU "continua a ser um problema forte para o mundo". "Porque o que acontece é que as cinco potências com direito de veto usam o veto como ameaça permanente", explica. António Monteiro não tem dúvidas, por isso, que
Para o diplomata, "são necessárias reformas [nas instituições multilaterais]", como é o caso da ONU. Ainda assim, frisa, "devemos encará-las como normais, porque a ordem de hoje não é a ordem da II Guerra Mundial".
E um dos órgãos que devia merecer ajustes é o conselho de segurança das Nações Unidas. "O conselho de segurança tem, quanto a mim, um problema que é o facto de ser um órgão anti-democrático. Tem dez membros eleitos que não têm poder ou têm pouco e têm cinco membros permanentes, não eleitos, que esses sim dominam a tomada de decisão", acrescenta o também presidente do conselho de administração da Fundação Millennium BCP.
António Monteiro é o próximo convidado do podcast "Conversas Visíveis", um formato conduzido pelos colunistas da "Mão Visível" e que estará disponível no site do Jornal de Negócios e nas plataformas Apple Podcasts e Spotify a partir desta quinta-feira, dia 23. A conversa foi conduzida por Jorge Marrão e Joaquim Aguiar.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros adianta que o poder destes cinco países no conselho de segurança da ONU "continua a ser um problema forte para o mundo". "Porque o que acontece é que as cinco potências com direito de veto usam o veto como ameaça permanente", explica.
O que são as Conversas Visíveis?
As Conversas Visíveis são um novo projeto que é complementar da Mão Visível, o espaço de opinião que junta Álvaro Nascimento, António Nogueira Leite, Joaquim Aguiar, Jorge Marrão e Paulo Carmona. A cada quinze dias, dois destes colunistas vão conduzir um entrevistado pelos "mistérios da estrada da democracia em Portugal".
As Conversas Visíveis procuram identificar o que está na sombra da política, o que se esconde nos discursos e nas decisões, mas que acabará sempre por se revelar na realidade efetiva das coisas. O compromisso assumido pela equipa da Mão Visível é o de que irá falar sobre as sombras e os mistérios da democracia portuguesa, onde se escondem os fatores que geram endividamento sem estimularem crescimento, onde se agravam as desigualdades sociais e onde persiste o crescimento da despesa pública e da expansão de funções do Estado.
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