Candidatura de Marques Mendes desvaloriza candidato "radical" Ventura
"Fica muito claro, que haverá uma candidatura do radicalismo, protagonizada por André Ventura, e que já há, e haverá, uma candidatura do espaço da moderação, que é a candidatura de Luís Marques Mendes", argumentou Sebastião Bugalho, membro da comissão política da candidatura.
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O social-democrata Sebastião Bugalho rejeitou esta terça-feira que a candidatura a Belém de André Ventura vá afetar o resultado de Luís Marques Mendes, argumentando que o primeiro disputa o espaço do "radicalismo" e o segundo o da "moderação".
"Fica muito claro, que haverá uma candidatura do radicalismo, protagonizada por André Ventura, e que já há, e haverá, uma candidatura do espaço da moderação, que é a candidatura de Luís Marques Mendes. Creio que esse é um sinal que se compreende facilmente analisando ambas as candidaturas e ambos os protagonistas delas", argumentou Sebastião Bugalho.
O social-democrata falava na qualidade de membro da comissão política da candidatura de Luís Marques Mendes, num hotel em Lisboa, fechada à comunicação social, ao mesmo tempo que o presidente do Chega, André Ventura, apresentava a sua candidatura a Belém.
Afirmando que sauda democraticamente a candidatura de Ventura, Bugalho rejeitou que possa ter algum impacto na candidatura de Marques Mendes, afirmando que "não se deixará de todo afetar por alguém que representa outros espaços políticos".
"Ouvindo a mensagem de Luís Marques Mendes nos últimos meses, facilmente se percebe que André Ventura não poderia ter a mesma mensagem e o mesmo lastro eleitoral e as mesmas ideias, portanto, não estão a disputar o mesmo espaço, estão a disputar espaços diferentes", defendeu.
O social-democrata sustentou que Marques Mendes está a disputar "o espaço da moderação, do bom senso, da experiência", com "bastantes personalidades independentes em seu redor", e André Ventura irá protagonizar a "candidatura do radicalismo, mais individualista, talvez mais solitária, que representa outro espaço político".
Luís Marques Mendes, defendeu, "é alguém que não é um chefe de fação, é alguém que nunca teve uma visão sectária da política portuguesa".
"Aliás, a sua presença assídua na vida cívica, seja nas televisões, seja com o seu contributo no serviço público, mostra isso, não é um chefe de fação, e é por isso que será, e continuará a ser, independentemente de quem apareça e de quem aparecer, a ser o candidato da moderação", justificou.
A comissão política da candidatura presidencial de Luís Marques Mendes reuniu-se hoje pela primeira vez. Este órgão de campanha é presidido pelo histórico fundador do PSD Francisco Pinto Balsemão, que não esteve presente por motivos de saúde mas deixou aos presentes uma mensagem que foi lida na reunião e à qual a Lusa teve acesso.
Nessa mensagem, o antigo primeiro-ministro manifestou confiança numa vitória de Luís Marques Mendes mas avisou que tal "não vai ser fácil", num cenário de "candidatos para todos os gostos" e "saturação de eleições muito próximas".
Integram a comissão política de Marques Mendes os sociais-democratas Sebastião Bugalho, José Eduardo Martins, Rita Marques Guedes, Teresa Patrício Gouveia, Carlos Encarnação, Miguel Poiares Maduro, Arlindo Cunha e António Pinto Leite.
Diogo Feio, do CDS-PP, e Francisco Mendes da Silva, (antigo militante centrista, atualmente independente), também participam neste órgão.
A lista de independentes é composta por André Sampaio, filho do antigo Presidente Jorge Sampaio, Tiago Duarte, David Lopes, Carla Quevedo, José Gomes Mendes, Afonso Reis Cabral, Alberico Fernandes, Raquel Vaz Pinto e João Perestrello.
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