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CDS-PP não quer orçamento "mais cozinhado à esquerda" e "ainda pior"
O CDS-PP disse esta sexta-feira não querer um orçamento "mais cozinhado à esquerda" e "ainda pior" do que a proposta do executivo, considerando que António Costa não se pode queixar porque sempre sustentou a governação no BE e PCP.
Lusa
15 de Outubro de 2021 às 21:45
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"Este primeiro-ministro [António Costa] sempre sustentou a sua atividade governativa no apoio da extrema-esquerda e não se pode agora queixar de não conseguir formar os equilíbrios, os consensos necessários a aprovar os seus orçamentos", respondeu Francisco Rodrigues dos Santos aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, no final da audiência com o Presidente da República a propósito do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
O presidente do CDS-PP manifestou preocupação com o OE2022, cujo voto contra do partido já tinha sido anunciado.
Para Francisco Rodrigues dos Santos, "é muito triste um país como Portugal estar dependente o seu equilíbrio governativo do voto do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista [Português]", que apelidou de "duas forças extremistas que têm um papel desmesurado na influência que têm na governação de Portugal".
"É triste e para futuro devemos procurar evitar estas soluções instáveis que não dão compromisso de futuro para o nosso país nem respondem às dificuldades de Portugal", enfatizou.
Questionado sobre se a direita está preparada para um cenário de eleições antecipadas provocadas por um eventual chumbo do OE2022, o líder do CDS-PP defendeu que "essa não é questão que deve ser colocada".
"A questão é prévia é saber se este Governo é capaz de apresentar um Orçamento do Estado que sirva ao país", disse, reiterando as críticas à proposta orçamental do Governo por, entre outras falhas, ser uma verdadeira "bazuca de impostos".
Para Francisco Rodrigues dos Santos, "cabe ao PS" alcançar um entendimento "com os partidos à sua esquerda", uma vez que "foram essas as garantias que deu ao Presidente da República para poder formar Governo".
"Se isto é mais uma teatralidade ou não para fazer jogos de cedências e de poder para que a parada da extrema-esquerda suba e consiga verter no Orçamento do Estado o seu caderno reivindicativo é uma resposta que só o primeiro-ministro pode oferecer ao país", remeteu, reiterando que "este clima de instabilidade governativa só pode ser apontado" a António Costa.
Francisco Rodrigues dos Santos condenou ainda o facto de este orçamento seguir "uma receita antiga deste Governo socialista apoiado pela extrema-esquerda", ou seja, "aumentar impostos, empobrecer as famílias tornando-as mais dependentes dos subsídios do Estado, desincentivar e perseguir a iniciativa privada, impedir a criação de riqueza".
"O que o CDS hoje veio dizer ao senhor Presidente da República é que este caminho socialista não é uma inevitabilidade. Há outro caminho, que é aquele que propõe o CDS", afirmou.
O caminho alternativo proposto pelos centristas é "baixar impostos, libertar as famílias e as empresas da carga fiscal do estado e dar estímulos positivos à criação de riqueza".