pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Marcelo disse "não" três vezes no 25 de Abril

Marcelo recuperou o estilo de comentador político, mas agora na qualidade de Presidente da República. Fez as perguntas e deu as respostas. Nesta espécie de auto-entrevista ficam vários recados.

Marcelo Rebelo Sousa 25 abril
Marcelo Rebelo Sousa 25 abril Bruno Simão
25 de Abril de 2016 às 13:56

Marcelo fala quase todos os dias desde que tomou posse a 9 de Março, mas até agora nunca tinha sido tão claro na forma como expõe a leitura que faz do actual quadro político. No discurso do 25 de Abril, que fez no Parlamento, o Presidente da República fez três perguntas e deixou três respostas: em seu nome e dos portugueses - com recados à mistura.

O ponto de partida do chefe de Estado é que apesar de existirem "distintos caminhos", os "grandes objectivos" são os mesmos. E isto "motiva três interrogações". 

O primeiro Não

O ponto de partida do chefe de Estado é que apesar de existirem "distintos caminhos", os "grandes objectivos" são os mesmos. E isto "motiva três interrogações". 

O primeiro Não

"Quer isto dizer que vamos prosseguir em clima de campanha eleitoral?", pergunta o Presidente da República.

"Não. Portugal não pode nem deve continuar a viver, sistematicamente, em campanha eleitoral. Exige estabilidade política, crucial para a estabilidade económica e social. O estar adquirida, finalmente, essa estabilidade é um sinal de pacificação democrática que deve reconfortar os portugueses", responde Marcelo.

O segundo Não

O segundo Não

Quer isto dizer "que os consensos sectoriais de regime são impossíveis?", lança o chefe de Estado.

"Não. O estimulante pluralismo político não impede consensos sectoriais de regime. Alguns dos quais não precisam sequer de formalização para se irem afirmando diariamente. Como na Saúde, por exemplo, onde o que aproxima é, cada vez mais, mais do que aquilo que afasta. Mas esse pode ser, como já disse, um primeiro passo apenas para consensos noutros domínios, da vitalização do sistema político ao traçado e estabilidade do sistema financeiro, ao sistema de Justiça e à Segurança Social. Possivelmente, com passos lentos mas profícuos", explica.

O terceiro Não

Quer isto dizer que "a unidade essencial entre os portugueses é questionada pelas duas distintas propostas de Governo?", questiona. 

"Não. O estimulante pluralismo político não impede consensos sectoriais de regime. Alguns dos quais não precisam sequer de formalização para se irem afirmando diariamente. Como na Saúde, por exemplo, onde o que aproxima é, cada vez mais, mais do que aquilo que afasta. Mas esse pode ser, como já disse, um primeiro passo apenas para consensos noutros domínios, da vitalização do sistema político ao traçado e estabilidade do sistema financeiro, ao sistema de Justiça e à Segurança Social. Possivelmente, com passos lentos mas profícuos", explica.

O terceiro Não

 

"Não. A saudável contraposição de duas fórmulas de Governo não atinge o fundamental na unidade dos portugueses", defende o chefe de Estado.

Aos três 'nãos', o Presidente deixa um recado para quem possa pensar que a sua acção está comprometida com um ou outro lado - seja ele Governo ou oposição. "A resposta a estas três questões só pode ser negativa para os portugueses. E, em particular, para o Presidente da República, cujo mandato nacional é, por sua própria natureza, mais longo e mais sufragado do que os mandatos partidários". Marcelo ainda acrescenta que o seu mandato está acima de cenários eventuais de eleições antecipadas, quando diz que o seu mandato "não depende de eleições intercalares".

Marcelo Rebelo Sousa 25 abril

Ver comentários
Publicidade
C•Studio