Pedro Nuno acusa AD de querer enganar pensionistas. Montenegro pede que "ignorem medo"
Os líderes do PS e do PSD procuraram captar o voto dos reformados, num dia em que a intervenção de Cavaco Silva, através de um artigo de opinião, também foi tema, com o Chega a dizer que não quer um regresso ao passado. Os restantes partidos optaram por propostas sectoriais.
O líder socialista acusou a AD de "pôr uma máscara" para "enganar os pensionistas", defendeu que os "mais velhos sabem que podem confiar no PS" e pediu a Luís Montenegro que "deixe o sistema público de pensões em paz".
Com casa cheia em Viseu, num comício no segundo dia de campanha, Pedro Nuno Santos fez uma discurso durante o qual passou em revista as principais medidas do programa eleitoral do PS às eleições com o objetivo de "dar segurança aos portugueses".
"O PS não precisa, como a AD, de pôr uma máscara para enganar os pensionistas. Os nossos mais velhos sabem que podem confiar no PS", defendeu.
O discurso surgiu depois de o líder do PSD ter pedido esta segunda-feira aos pensionistas e reformados que "ignorem o medo e as tentativas de contaminação do debate com novos temores", dizendo que a AD cumpriu todas as promessas que fez aos idosos.
Num comício em Castelo Branco, Luís Montenegro recordou os vários compromissos que, há pouco mais de um ano, deixou aos mais velhos, como o aumento de todas as pensões segundo a lei e do Complemento Solidário para Idosos, dizendo que não só "cumpriram estas promessas", como as excederam ao dar um suplemento extraordinário às reformas mais baixas a meio do ano.
"É altura de todos ignorarem o medo, ignorarem as tentativas de contaminação do debate com as velhas táticas de criar novos temores. Há um ano já não havia muito como colar, desta vez não há mesmo nada: respondemos por aquilo que fizemos e estamos a fazer", defendeu.
No final do comício, o líder da AD afirmou que o Governo PSD/CDS reconciliou-se com os pensionistas, está na campanha pela positiva e focado nas pessoas, não para diminuir os outros ou para recorrer ao desespero de explorar medos.
Ainda esta segunda-feira, o líder do PS recordou que, 13 dias antes da queda do BES, Cavaco Silva "disse que estava tudo bem" com o banco, ao comentar um artigo do antigo Presidente da República a defender Luís Montenegro.
À entrada para o comício da campanha para as legislativas, em Viseu, Pedro Nuno Santos foi questionado pelos jornalistas sobre o artigo de Cavaco Silva publicado no Observador, no qual defendeu que o primeiro-ministro foi alvo de uma "campanha de suspeitas e insinuações" da oposição e de "alguma comunicação social".
Para terça-feira, foi anunciada uma ação de campanha com a presença de quase todos os ex-líderes do PSD, incluindo Passos Coelho, Cavaco Silva, Marques Mendes e Rui Rio, num almoço de aniversário do partido.
Por seu turno, o líder do Chega desvalorizou a entrada na campanha dos antigos governantes e líderes do PSD Aníbal Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho, considerando que representam o passado e que "Portugal precisa de futuro".
"Nós não estamos aqui com históricos. Nós não queremos estar com históricos, nós queremos olhar para o futuro. Eu não quero dar a Portugal um passado, esse, Portugal já tem", afirmou André Ventura em declarações aos jornalistas no arranque de uma arruada em Santarém, no segundo dia da campanha para as eleições legislativas de 18 de maio.
Optando por apresentar propostas temáticas, o porta-voz do Livre defendeu a criação de um Passe de Mobilidade Nacional que abranja vários transportes, desde comboios, autocarros, barcos e táxis para que as pessoas tenham mais liberdade de movimento e façam uso dos serviços disponíveis.
Naquela que foi a única ação do dia do Livre, no Cais do Sodré, em Lisboa, Rui Tavares chegou de bicicleta, algo que, segundo comentou, acontece muitas vezes nas suas deslocações, nomeadamente para a Assembleia da República.
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, responsabilizou o PS e o PSD pela não aprovação da licença parental paga a seis meses e garantiu que, se for eleita, voltar a fazer a proposta na próxima legislatura.
Em declarações no Porto antes de se reunir com representantes da petição popular que caiu em março com os votos contra do PSD e do CDS e a abstenção do PS, Inês Sousa Real afirmou que a iniciativa popular que reuniu mais de 100 mil assinaturas ao não ser aprovada permitiu que "famílias que têm crianças recém-nascidas não possam usar uma licença parental remunerada a 100%".
O PCP optou pelo plano internacional, com o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, a criticar o Estado português por "alinhar na hipocrisia" da União Europeia, em vez de condenar a ocupação de Israel na Faixa de Gaza, onde um milhão de crianças estão privadas de água e comida.
Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal, cruzou-se numa arruada com alguns jovens que lhe confessaram que pretendem emigrar e prometeu-lhes que o seu partido irá mudar o país, mas reconheceu que irá demorar, frisando que não há "soluções mágicas".
Quanto ao Bloco, abordou o tema da educação. A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, acusou a direita de ser uma ameaça para a escola pública, alertando para "projetos perigosos" como o da IL, que quer reduzir o número de funcionários administrativos.
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