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Santana Lopes diz que "estado de graça do Governo acabou" e reitera que legislatura pode ser encurtada

O candidato à liderança do PSD Pedro Santana Lopes defendeu hoje que "o estado de graça do Governo acabou e não volta", dizendo estar "cada vez mais convencido" de que as próximas legislativas vão ser antes de 2019.

Pedro Santana Lopes
Pedro Santana Lopes Bruno Colaço
23 de Novembro de 2017 às 19:54

"Disse na apresentação da candidatura que estava convencido de que o ciclo político desta maioria talvez fosse encurtado. Cada vez mais me convenço de que assim vai ser e que as eleições legislativas serão antes do previsto", afirmou Pedro Santana Lopes, numa intervenção perante os Trabalhadores Social-Democratas (TSD), uma estrutura autónoma do PSD.

O antigo primeiro-ministro salientou que "o estado de graça do governo não volta, acabou", apontou o desgaste da actual solução governativa e considerou que os últimos meses deixaram "marcas irreversíveis" no relacionamento entre o Governo e o Presidente da República.

"A situação política alterou-se significativamente, há algumas pessoas que ainda não viram, fingem que não viram ou não querem ver", defendeu, considerando que tal "aumenta a exigência" sobre o PSD.

Santana Lopes disse aos que pensam que é muito difícil ao PSD vencer as próximas legislativas que "o tempo hoje corre muito depressa": "Há uns tempos teorizava-se se o dr. António Costa teria ou não maioria absoluta, hoje em dia penso já ninguém o pensa".

Como exemplos do que chamou de "desorientação do Governo", o candidato à liderança do PSD apontou a "oscilação de posições" em relação a reivindicações de algumas carreiras, referindo-se em concreto aos professores.

Neste ponto, Santana disse concordar com a posição já expressa pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, e defendeu que o Governo tem de apresentar as contas de quanto custariam essas exigências.

"Atirar a responsabilidade para a próxima legislatura é também um péssimo sinal sem se ter feito uma obrigação elementar: falar com a generalidade das forças políticas, falar com a oposição", lamentou.

O antigo primeiro-ministro recordou que foi o Governo do PS que congelou as carreiras e que "a frente de esquerda" manteve as mesmas disposições nos dois orçamentos que já aprovou.

Para Santana Lopes, o actual Governo criou "uma situação perversa": "A situação que vivemos resulta do Governo do PS. Sectores do PS, não tendo resposta para a situação criada, procura dar a entender que a responsabilidade é nossa".

"O país neste momento tem um sentimento de preocupação grande: pode considerar justas as reivindicações, mas percebe que não há cabimento orçamental para satisfazer tudo o que está em cima da mesa", defendeu, numa intervenção em que, além de Pedro Passos Coelho, Santana também citou o ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar.

Como outro exemplo de que a maioria está desgastada, Santana apontou as declarações do ministro do Ambiente, que admitia um aumento do preço da água, num momento em que o país vive um período de seca extrema.

"Mais uma vez há sinais de incapacidade do Estado de prever. Não ouvimos nenhum plano e qual é a primeira solução? Aumentar o preço da água", criticou.

Sobre a disputa interna, Santana Lopes procurou responder a um argumento muito utilizado pelo seu adversário, Rui Rio, de quem será o melhor candidato do PSD para vencer António Costa.

"Se não sou eu, há algo de muito errado aqui, já que o partido me convida de quatro em quatro anos para ser candidato à Câmara de Lisboa", afirmou, apontando que não consta que Rio tenha sido convidado para se candidatar ao Porto.

As eleições directas para escolher o próximo presidente do PSD realizam-se a 13 de Janeiro e, além de Santana Lopes, já se anunciou como candidato Rui Rio, que será ouvido pelos TSD na próxima terça-feira.

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