Spinumviva: "Cumpri as minhas obrigações", diz Montenegro. Partidos acusam falta de transparência
A Spinumviva, empresa que pertenceu ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, marca o arranque do debate entre os líderes dos oito partidos com assento parlamentar, que está a ser realizado este domingo na RTP. Montenegro garante que cumpriu as suas obrigações, enquanto o líder da oposição diz que este não tem condições para governar.
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"Cumpri sempre as minhas obrigações declarativas", afirmou o primeiro-ministro, dizendo que esteve "sempre disponível" para os esclarecimentos que lhe foram pedidos. Sobre ter atualizado a declaração de interesses na véspera do debate com Pedro Nuno Santos, justificou que "recentemente foram-me pedidos esclarecimentos adicionais".
Questionado sobre se faria tudo igual, Montenegro respondeu: "Eu fiz tudo de boa fé, fiz tudo dentro dos parâmetros éticos e da lei."
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Já Pedro Nuno Santos, presidente do PS, disse, sobre o tema que Luís Montenegro não tem a "idoneidade necessária" para ser primeiro-ministro. "Não tem condições para o cargo que neste momento ocupa", acusou. "Um primeiro-ministro deve esclarecer, ser transparente e assumir erros quando os comete, não engana as pessoas."
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A falta de transparência foi também a acusação feita por André Ventura, líder do Chega. "O primeiro-ministro não foi transparente e mandou o país para eleições para evitar uma comissão de inquérito", afirmou, lembrando que foi o partido o primeiro a chamar Montenegro ao Parlamento sobre o assunto. "Desvalorizou a questão e disse que era uma pequena empresa familiar".
"Não era preciso saber mais nada para saber que o que o primeiro-ministro devia era ter apresentado a demissão naquele sábado à noite", considerou o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, adiantando que os portugueses vão, na próximo ato eleitoral, pronunciar-se sobre "as consequências da conduta do Governo na vida de todos os dias".
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Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, diz que Montenegro é "vítima das suas escolhas" pois quis abrir uma empresa e mantê-la enquanto primeiro-ministro. Recordou ainda que o partido enviou perguntas sobre o assunto, mas que as respostas recebidas não foram suficientes para dar explicações.
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Rui Tavares, porta-voz do Livre, disse ter-se sentido "enganado" por ter acreditado nas explicações do primeiro-ministro sobre a Spinumviva e Inês Sousa Real, porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), chamou "artista" a Luís Montenegro por ter "transformado um problema pessoal num problema para o país".
As eleições legislativas realizam-se a 18 de maio, pouco mais de um ano e dois meses depois das últimas (também antecipadas), na sequência da demissão do Governo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro imposta pela rejeição pelo parlamento da moção de confiança ao executivo a 11 de março. Este domingo arrancou a campanha eleitoral.
(Notícia atualizada)
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