"Estamos num bom momento da economia". Montenegro vê condições de cumprir metas para 2025
A economia portuguesa recuou 0,5% no primeiro trimestre. É o "resultado que Montenegro nos deixa", segundo Pedro Nuno Santos.
O líder da AD, Luís Montenegro, rejeita que o país esteja a contrair e reafirma que as metas de crescimento não estão em causa, apesar de a economia portuguesa ter recuado 0,5% no primeiro trimestre. O presidente do PS, Pedro Nuno Santos, diz que o cenário macroeconómico da AD é "mentira".
"Estamos num bom momento da economia, temos estabilidade económica e estabilidade financeira", disse Luís Montenegro no debate televisivo entre os líderes dos oito partidos com assento parlamentar, este domingo na RTP.
No arranque deste ano, a economia portuguesa inverteu a tendência e entrou no vermelho: o PIB diminuiu 0,5% no primeiro trimestre face aos últimos três meses de 2024, comparando com o quarto trimestre de 2024, quando cresceu 1,4%, segundo a estimativa rápida divulgada na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Montenegro defendeu que a queda se deve ao forte crescimento no trimestre anterior, apenas comparável ao período pós-pandemia. Nesse sentido, o primeiro-ministro garante que as metas não estão em causa. "Temos todas as condições para chegar ao fim do ano com todas as estimativas cumpridas. Mantenho o otimismo apesar de estar bem consciente das incertezas [internacionais]", sublinhou.
No seu programa eleitoral, a AD apresentou um cenário macroeconómico em que prevê que o PIB cresça 2,4% em 2025 e 2,6% no próximo ano, acima das projeções inscritas no Orçamento do Estado para 2025. Já o PS antecipa que a economia portuguesa cresça 2,3% este ano e 2,1% em 2026.
Pedro Nuno Santos considera que os objetivos de Montenegro para a economia são uma "mentira", antecipando que as projeções de crescimento sejam revistas em baixa. Por seu turno, o programa socialista é "mais realista" porque custa metade e está "adaptado" à incerteza económica internacional.
Também André Ventura, presidente do Chega, considera que o programa eleitoral da AD é, em termos económicos, uma "fantasia". Mas atira igualmente a Pedro Nuno Santos: "o do PS não é fantasia, mas é sacar a toda a gente para distribuir a alguns".
O líder partidário considera que é bom momento para "questionar" quem defende a saída de Portugal da NATO, o que lhe valeu uma crítica da coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que acusou André Ventura de querer "pôr o exército português às ordens de Donald Trump e Vladimir Putin".
O tema dos rendimentos marcou também a última ronda de perguntas, relativas à economia. O presidente da IL, Rui Rocha, considera que "não podemos continuar a ser o país de salários de mil euros para os jovens", enquanto o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defende que é preciso escolher entre manter um modelo económico "assente nos baixos salários e na precariedade" ou mudar o "rumo económico por aumento das condições de vida".
Por sua vez, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, defendeu que o "verdadeiro enriquecimento é valorizar a força de trabalho, ter uma alternativa de governação e, no plano internacional, ter políticas coerente de direitos humanos". Inês de Sousa Real, porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), criticou a AD por ter cortado 700 milhões de euros no combate às alterações climáticas.
(Notícia atualizada)
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