Marcelo avisa que portugueses reforçaram AD mas não com "crédito ilimitado"

Para o Presidente da República os eleitores não deram "cheques em branco" apesar de reforçar a votação na AD e diz que há várias lições a tirar dos últimos atos eleitorais.
Marcelo Rebelo de Sousa discursa na posse do XXV Governo Constitucional.
José Sena Goulão / Lusa
Paulo Ribeiro Pinto e Maria Caetano 05 de Junho de 2025 às 18:35

O Presidente da República defendeu esta quinta-feira que os eleitores reforçaram a vitória da Aliança Democrática, mas avisou que não foi "um cheque em branco", nem um reforço de "crédito ilimitado".

"Os portugueses premiaram o que consideraram melhor, ou mais seguro, ou menos arriscado de todos os caminhos, mas sem quererem converter o crédito adicional em crédito ilimitado", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia da tomada de posse do segundo Governo de Luís Montenegro. "Mas não foi um cheque em branco", lembrando que nem "as maiorias absolutas, elas próprias, são cheques em branco."

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"Os portugueses não deram, porém, nem ao vencedor sozinho, nem à eventual soma com o mais próximo partido centro-direita, maioria absoluta de votos nem de mandatos", insistiu.

Para o Presidente da República, as eleições de 18 de maio foram uma avaliação "ética ou moral de integridade ou idoneidade" do primeiro-ministro envolvido na polémica da empresa familiar Spinumviva. "Os resultados mostraram que o juízo coletivo reforçou a confiança política nele [Luís Montenegro]", frisou o chefe de Estado.

Acreditando que dos últimos atos eleitorais, saem seis lições, Marcelo Rebelo de Sousa acredita que "os resultados revelaram que os portugueses não consideravam que esses juízes eram de molde a deixar de renovar e reforçar a escolha daquela força política e daquela mensagem personalizada no primeiro-ministro."

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Por outro lado, sublinhou, "os portugueses penalizaram a força política que havia governado Portugal desde 1995 e até 2024", referindo-se ao PS que sofreu uma hecatombe eleitoral, passando a terceira força política, atrás do Chega. Foram "quase 30 anos" de governação PS, referiu, "salvo dois períodos, um de três, o outro de quatro anos", num "fenómeno não é novo na nossa democracia."

Para o Presidente da República, "as eleições 2024 e 2025 mostraram o fim de um ciclo [bipartidarismo] e um virar de página agora mais pronunciado" e que acompanha uma tendência europeia que chegou mais tarde a Portugal. "Essa mudança inseriu-se numa evolução europeia que chegou mais tarde a Portugal de enfraquecimento dos partidos clássicos perante novas realidades políticas", que na Europa começou há duas décadas.

O Programa do Governo vai ser debatido na Assembleia da República nos dias 17 e 18 deste mês, sendo que o PCP já anunciou que irá apresentar uma moção de censura que tem chumbo anunciado à partida com o voto contra do Chega e do PS, além, claro, dos partidos que suportam o Executivo, PSD e CDS.

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O , menos um do que o anterior, e vai manter treze dos 17 ministros do Executivo cessante.

Notícia em atualização

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