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Maioria esperava um resultado mais baixo do Chega, mas não ficou surpreendida com ascensão

Três quartos dos inquiridos do barómetro da Intercampus dizem que não esperavam um resultado do Chega tão expressivo, apesar de cerca de metade não terem ficado surpreendidos. Nas intenções de voto nada muda e assemelha-se aos resultados das legislativas.

André Ventura conquistou liderança da oposição nas eleições de 18 de maio.
André Ventura conquistou liderança da oposição nas eleições de 18 de maio. Tiago Petinga/Lusa
19 de Junho de 2025 às 08:00

Um mês depois das eleições legislativas de 18 de maio, a nova sondagem da Intercampus para o Negócios, CM e CMTV mostra que a esmagadora maioria dos inquiridos esperava um resultado mais baixo do Chega, apesar de não haver surpresa com a subida do partido liderado por André Ventura.

De acordo com o barómetro de junho, 74,7% referem que esperavam um resultado mais baixo, sendo que 52% dizem não terem ficado surpreendidos, um valor ligeiramente superior (46,6%) aos que afirmaram o contrário.

A sondagem procurou ainda perceber até que ponto o Chega já está enraizado no eleitorado. Quando questionados sobre se conhece alguém que tenha votado neste partido, mais de 80% admitem que sim. Para a Intercampus, este resultado “talvez signifique que o Chega entrou decididamente na vida quotidiana dos portugueses.”

Intenções de voto pouco mudam

Apenas um mês depois das eleições, como seria de esperar, os eleitores pouco alteraram as intenções de voto face ao resultado das legislativas. É o que conclui a Intercampus quando anula os indecisos da equação nas intenções de voto.

No entanto, para efeitos de análise histórica dos barómetros e excluindo os abstencionistas (mantendo os indecisos), a sondagem de junho mostra que 27% dos inquiridos escolhem a Aliança Democrática.

Nas eleições antecipadas de 18 de maio, a AD (PSD/CDS) reforçou a votação, conquistando 33,1% dos votos e 91 mandatos, o Chega ascendeu a segunda força política com 60 deputados, mais dois que o PS. O Livre subiu a representação parlamentar de 4 para 6 deputados. A Iniciativa Liberal conseguiu mais um deputado do que na legislatura anterior (9); o PCP perdeu um mandato (3); o BE ficou reduzido a deputada única, igualando o PAN e o JPP que se estreou na Assembleia da República.

O segundo lugar é disputado taco a taco entre PS e Chega, com os socialistas a aparecerem com uma vantagem mínima. A Iniciativa Liberal, que se prepara para escolher nova liderança, recolhe 7,6% das intenções de voto. O Livre segura o quinto lugar conseguido nas legislativas com 6,7% e o PAN (3,5%) coloca-se à frente da CDU (3,1%) e do Bloco de Esquerda (1,6%) que regista uma queda considerável face ao último barómetro da Intercampus.

As intenções de voto no BE refletem também a avaliação que os eleitores fazem da imagem dos líderes partidários. Mariana Mortágua tem a pior pontuação na avaliação em que numa escala de 1 a 5, 1 corresponde a uma atuação muito negativa e 5 a uma atuação muito positiva (sendo 3 o ponto médio, nem positivo nem negativo). De resto, a coordenadora nacional bloquista tem a queda mais acentuada face aos três estudos de opinião feitos este ano, juntamente com Pedro Nuno Santos que se demitiu da liderança do PS.

Aliás, não há um único líder que consiga uma pontuação positiva. As melhores classificações são conseguidas por Luís Montenegro e Rui Tavares, ambos com 2,9. Rui Rocha, que entretanto, também anunciou a saída da liderança da IL surge em terceiro com 2,8 pontos.

FICHA TÉCNICA Objetivo: Sondagem realizada pela Intercampus para a CMTV, com o objetivo de conhecer a opinião dos portugueses sobre diversos temas da política nacional, incluindo a intenção de voto em eleições legislativas. Universo: População portuguesa, com 18 e mais anos de idade, eleitoralmente recenseada, residente em Portugal Continental. Amostra: A amostra é constituída por 616 entrevistas, com distribuição proporcional por género, idade e região. Seleção da amostra: A seleção do lar fez-se através da geração aleatória de números de telefone fixo / móvel. No lar a seleção do respondente foi realizada através do método de quotas de género e idade (3 grupos). Foi elaborada uma matriz de quotas por Região (NUTSII), Género e Idade, com base nos dados do Recenseamento Eleitoral da População Portuguesa (31/12/2023) da Direção Geral da Administração Interna (DGAI). Recolha da Informação: A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, em total privacidade. Os trabalhos de campo decorreram de 5 a 14 de junho de 2025. Margem de Erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de 4%. Taxa de Resposta: A taxa de resposta obtida neste estudo foi de: 57,6%.
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