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O “fenómeno” Marcelo, vedeta televisiva, nos jornais internacionais

Lá fora, a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa já foi noticiada pelos órgãos internacionais. A maioria lembra os anos de comentário político de Marcelo, para realçar que o Presidente eleito é um contra-peso ao Governo de esquerda.

Marcelo Rebelo Sousa vitória
Marcelo Rebelo Sousa vitória Miguel Baltazar
25 de Janeiro de 2016 às 02:27

A imprensa internacional já noticiou a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa. O El Pais fala do "fenómeno" Marcelo. "Face a uma estratégia de outros nove candidatos de prometerem coisas mais próprias de um primeiro-ministro, Rebelo de Sousa passeava nas ruas e falava com as pessoas a quem lhes dizia: ‘as pessoas têm falta de carinho’". E é assim que o jornal espanhol terminava um breve perfil - no qual lembrava que tinha crescido entre políticos - do Presidente da República eleito, que assumirá funções a 9 de Março, sucedendo a Cavaco Silva.

Marcelo Rebelo Sousa vitória
O “fenómeno” Marcelo, vedeta televisiva, nos jornais internacionais

Os anos de comentador político não passaram despercebidos ao El Pais, que na página de entrada do seu site coloca as eleições presidenciais em Portugal com algum destaque: "Portugal elege Presidente o conservador Rebelo de Sousa".

Numa altura em que Espanha ainda não sabe o desfecho da governação depois das eleições de 20 de Dezembro, a formação de governo no país vizinho é assunto de destaque. Mas também o El Mundo destaca a eleição de Marcelo no seu site. E no interior da notícia, o título: "Professor Marcelo, o português que nunca dorme". Também este jornal espanhol lembra que Marcelo Rebelo de Sousa foi jornalista e durante mais de uma década comentou a actualidade política na televisão lusa. Por isso, "é uma figura mediática respeitada e querida por grande parte dos portugueses".

O La Vanguardia acaba por dar algum destaque, no seu texto, às palavras de António Costa, primeiro-ministro, de partido político contrário a Marcelo. O jornal espanhol, no entanto, lembra que Costa advogou uma convivência pacífica e cordial entre ambos. O primeiro-ministro que governa desde o final do ano passado graças a uma aliança com a esquerda radical, diz o jornal, lamentou a elevada abstenção, ainda que se tenha congratulado pelo facto dos portugueses terem "rejeitado claramente as candidaturas populistas e que se apresentavam como anti-sistema".

Por fim o La Vanguardia lembra que o PS optou por não apoiar qualquer um dos candidatos, contrariamente ao que fez a oposição que apoiou Rebelo de Sousa.

Em França, a notícia da vitória de Marcelo Rebelo de Sousa é das 21:21 (em Paris é uma hora a mais do que em Portugal), tendo sido actualizada às 22:40. E nesta notícia fala-se, também, do facto de Marcelo ser "vedeta de televisão" e ser o favorito no escrutínio. E lembra que um dos poderes do Presidente é a dissolução do Parlamento, "uma arma decisiva" uma vez que, lembra o jornal, um governo socialista está no poder desde Novembro com "uma aliança frágil" com a esquerda radical.

Mais estranho é a forma do Libération pegar no tema das eleições presidenciais. Opta por um texto da AFP em que se fala do boicote na vila de Muro, no Norte. É uma notícia das 17:17 e que volta à página online do jornal francês perto das 20 horas. O Libération não tem qualquer outra notícia sobre as eleições portuguesas, excepto da que fala do boicote da vila com 1.600 eleitores.

Marcelo Rebelo Sousa vitória

No Le Fígaro fala-se de França, da visita de Hollande à Índia, e da Grécia, mas há ainda espaço para Portugal na página de entrada do jornal francês. "Rebelo de Sousa eleito Presidente à primeira volta" é o título da notícia. Também aqui Marcelo Rebelo de Sousa é falado como vedeta de televisão.

Marcelo Rebelo Sousa vitória
O “fenómeno” Marcelo, vedeta televisiva, nos jornais internacionais

O Financial Times, que este domingo tinha uma entrevista com António Costa, escreve que a vitória de Marcelo de Rebelo de Sousa é um importante impulso para o PSD. O Financial Times, dizendo que Rebelo de Sousa se gaba de ler dois livros por dia e dormir não mais de cinco horas e lembrando os anos que passou como comentador, recorda que o candidato prometeu usar os poderes presidenciais para impedir crises políticas. É ainda este jornal britânico que recorda que estas eleições marcam o fim da carreira política de Cavaco Silva, que foi primeiro-ministro de 1985 a 1996 e Presidente desde 2006.

A BBC faz uma notícia relativamente curta onde se fala da vitória de "Sousa", mas é o suficiente para o órgão de comunicação social britânico lembrar que o Presidente tem o poder de dissolver a Assembleia. Conta a BBC que os observadores acreditam que a coligação de esquerda poderá ser afectada em menos de um ano, pelo que o Presidente poderá, então, ter de desempenhar um papel mais activo.

É também de equilíbrio político que fala o Washington Post, dizendo que Portugal "precisa de todo o consenso possível já que um governo socialista frágil dependente dos partidos mais à esquerda para apoio parlamentar tenta reconciliar as suas promessas eleitorais para pôr fim à austeridade económica com promessas à União Europeia de corte no défice orçamental". Num artigo assinado por um jornalista da Reuters, o Washington Post ainda diz que os partidos de esquerda acusaram Rebelo de Sousa de poder ajudar ao regresso das políticas económicas na direita, mas durante a campanha Marcelo utilizou um tom conciliador, dizendo que Portugal precisa de "mais justiça social".

A fragilidade política é igualmente falada pelo The New York Times, que também lembra o contra-peso que Marcelo Rebelo de Sousa pode ser na política nacional.

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