OCDE: Famílias portuguesas são das que mais gastam em saúde
A par da Coreia do Sul, Suíça, Grécia e México, as famílias portuguesas são as que mais gastam do seu rendimento em despesas de saúde, por comparação com os restantes países da OCDE. Os resultados são apresentados esta quarta-feira, 4 de Novembro, no relatório "Health at a Glance 2015" que analisa o sistema de saúde dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e de algumas economias emergentes.
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O relatório, a que o Negócios teve aceso, destaca as fragilidades nos sistemas de saúde de cada país e as áreas onde se distinguem. Em Portugal, por exemplo, o baixo índice de obesidade nos adultos é elogiado. No entanto, os números e preocupações são diferentes quando se olha para a obesidade infantil, um valor que tem vindo a aumentar e cuja probabilidade de se prolongar pela vida adulta é elevada.
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O relatório aborda também o acesso aos cuidados de saúde, destacando que este pode ser restringindo não apenas por razões financeiras, mas também devido a barreiras geográficas ou tempos de espera e isso, naturalmente, influencia a saúde dos utentes. É por isso compreensível que cerca de 3% da população dos países da OCDE se mostre insatisfeita com os preços praticados, a distância a que estão os serviços médicos e as listas de espera. Neste campo são os gregos e polacos os mais insatisfeitos. Já a Holanda e a Áustria servem de exemplo a seguir.
Uma das queixas transversais a todos os países é a cobertura deficitária dos cuidados de saúde dentária. Uma insatisfação que é destacada no caso português, que se soma à insatisfação dos islandeses, italianos e gregos.
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Polónia, Estónia e Noruega são quem tem maiores listas de espera
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Os diferentes tempos de espera para cada serviço de saúde são um dos indicadores a ter em conta quando analisamos a qualidade da saúde de cada país. Dinamarca, Israel e Canadá são quem tem menos tempo de espera em cirurgias às cataratas e substituição da articulação do joelho, por exemplo. Já as maiores listas de espera vão para os serviços de saúde da Polónia, Estónia e Noruega.
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Melhorar a qualidade dos cuidados de saúde é uma das grandes prioridades na maioria dos países da OCDE. Com base nos dados disponíveis, nenhum dos países enunciados no relatório tem um desempenho consistente no topo do grupo, o que indica que há espaço para melhorar a qualidade da prevenção e tratamento dos diferentes problemas de saúde.
Portugal surge na lista dos países com o rácio mais baixo de admissão de doentes em situações crónicas, como asma e diabetes. Ao mesmo tempo, as taxas de mortalidade por ataque cardíaco e AVC de pacientes que deram entrada nos hospitais são altas quando comparadas com outros países da OCDE.
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Ainda nos maus resultados, Chile, Polónia, República Checa, Reino Unido e Irlanda têm baixas taxas de sobrevivência ao cancro da mama, cancro do colo do útero e cancro colo-rectal. Por oposição, a Finlândia e Suécia têm bons resultados no que diz respeito à taxa de sobrevivência destes tipos de cancro. A OCDE sublinha que é importante estabelecer um plano nacional de controlo, que coloque a atenção política e pública na prevenção e diagnóstico precoce e tratamento para que se possa conquistar o progresso.
(Título modificado às 14h2)
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