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Sondagem: Tempo de espera é o maior problema do SNS

Embora os portugueses se dividam na avaliação que fazem ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), a nota tende para o lado negativo. A principal queixa é o tempo de espera necessário para ser atendido, conseguir uma consulta e fazer uma operação.

Serviço Nacional Saúde hospital sala de espera centro de saúde
Serviço Nacional Saúde hospital sala de espera centro de saúde Bruno Colaço
01 de Abril de 2019 às 08:00

O tempo de espera é a principal crítica ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Segundo uma sondagem da Aximage para o Negócios e Correio da Manhã, 51% dos inquiridos apontaram o tempo de espera como um problema. É o tempo perdido no atendimento em geral que mais desagrada os inquiridos (com 32% a apontarem este problema), ao qual soma-se o tempo necessário para obter uma consulta (15,7%) e o tempo dispensado para conseguir uma operação (3,3%).

A falta de médicos é o segundo grande problema: 15,7% reclamam da ausência de médicos. A estes somam-se os 6,1% que lamentam a falta de qualidade destes profissionais. Por outro lado, apenas 2,9% reclamam da qualidade dos enfermeiros do SNS. A qualidade das instalações, a falta de equipamentos técnicos e a falta de financiamento foram as outras críticas apontadas.

Portugueses divididos na avaliação ao SNS

Na sondagem da Aximage, os inquiridos dividem-se na avaliação que fazem ao SNS, embora pendam mais para o lado negativo. A nota dada ao SNS é de 8 em 20, e embora 44,7% dos inquiridos avaliem "mal" ou "muito mal" a saúde pública, 30,6%  dão uma nota "assim-assim" e 24,8% dizem que o SNS está "bem" ou "muito bem". São sobretudo os mais jovens (entre os 18 e os 34 anos) que avaliam positivamente o SNS, enquanto os inquiridos com 65 anos ou mais foram os que avaliaram pior o SNS.

Os inquiridos também pendem para uma avaliação negativa quando olham para os últimos 10 anos do SNS. A nota é de 9,7 em 20, mas menos de metade (40,6%) dos inquiridos diz que a saúde pública piorou. Já 18,4% dizem que está igual e 37,7% encontram melhorias no SNS na última década.

Os inquiridos que veem melhorias são os que também admitem votar nos partidos que suportam o Governo (PS, BE e CDU) nas próximas legislativas. Quase metade (49,6%) dos que vão votar no PS considera que a saúde pública está melhor hoje. Pelo contrário,  60% dos inquiridos que admitem votar no PSD e no CDS dizem que o SNS está pior, o que corrobora um estudo do  ISCTE, que concluiu que os apoiantes dos partidos no poder tendem a avaliar de forma positiva os serviços públicos.

Esta sondagem baseou-se numa amostra aleatória com 600 entrevistas feitas entre 9 e 13 de março.  A margem de erro é 4%.

Sondagem

Como é que os portugueses avaliam o SNS?

Metade queixa-se do tempo de espera

Principais críticas ao Serviço Nacional de Saúde

Serviço Nacional Saúde hospital sala de espera centro de saúde
Sondagem: Tempo de espera é o maior problema do SNS

SNS está "Assim-assim", mais para o mal

Como classifica o funcionamento do SNS? Como avalia a evolução do SNS nos últimos 10 anos?

Os portugueses estão divididos na avaliação que fazem do SNS: "Assim-assim" foi a resposta mais usada, mas quase 45% dos inquiridos deram nota negativa aos serviços públicos. Também na evolução do SNS nos últimos 10 anos há uma divisão na avaliação, que pende mais para o lado negativo.

Serviço Nacional Saúde hospital sala de espera centro de saúde
Sondagem: Tempo de espera é o maior problema do SNS

Portugal é dos poucos da OCDE onde a despesa caiu 

Portugal foi um dos três países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) onde a despesa per capita na saúde diminuiu entre 2009 e 2017 (boa parte durante o período de crise financeira e ajustamento económico). O mesmo aconteceu na Grécia e em Itália. Esta foi uma das conclusões do estudo "Society at a Glance", divulgado pela OCDE na semana passada. Segundo a organização, a tendência geral de abrandamento da despesa com saúde decorre de cortes nos salários dos profissionais deste setor, menos contratações e menos despesa com medicamentos. O Health at a Glance de 2017 colocava o sistema de saúde português acima da média da OCDE. 

Ficha técnica

Universo: indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel.

Amostra: aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, atividade e voto legislativo) e representativa do universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra teve 600 entrevistas efetivas: 289 a homens e 311 a mulheres; 56 no Interior Norte Centro, 78 no Litoral Norte, 97 na Área Metropolitana do Porto, 116 no Litoral Centro, 170 na Área Metropolitana de Lisboa e 83 no Sul e Ilhas; 99 em aldeias, 163 em vilas e 338 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral.

Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo decorrido nos dias 9 a 13 de Março de 2019, com uma taxa de resposta de 73,7%.

Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 600 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma "margem de erro" - a 95% - de 4,00%).

Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz.

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