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BBVA falha OPA sobre o Sabadell e não obtém sequer 26% do capital

O banco basco havia definido como requisito mínimo obter 50% do capital do Sabadell. Caso conseguisse entre 30% e 50%, poderia manter a participação, mas seria obrigado a lançar uma segunda OPA totalmente em dinheiro.

Banco Sabadell regista lucro recorde, antes de OPA do BBVA e venda do TSB
Banco Sabadell regista lucro recorde, antes de OPA do BBVA e venda do TSB DR
16 de Outubro de 2025 às 20:12

O BBVA não conseguiu levar a bom porto a sua oferta pública de aquisição (OPA) sobre o banco Sabadell, não alcançando sequer 26% do capital da instituição financeira.

Segundo comunicado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha, o BBVA conseguiu 25,47% do capital do Sabadell, muito longe do objetivo inicial de 50%, que lhe teria dado o controlo do banco catalão.

A OPA estava formalmente em curso desde 8 de setembro, com uma proposta do BBVA de uma ação sua por cada 4,8376 ações do Sabadell, avaliando cada ação catalã em 3,39 euros --- o valor mais alto em mais de uma década.

A operação, integralmente em ações, teria sido fiscalmente neutra para acionistas com mais-valias se a adesão superasse os 50% dos direitos de voto.

O banco basco havia definido como requisito mínimo obter 50% do capital do Sabadell. Caso conseguisse entre 30% e 50%, poderia manter a participação, mas seria obrigado a lançar uma segunda OPA totalmente em dinheiro --- ao contrário da atual, que propunha apenas a troca de ações. Qualquer participação abaixo de 30% significaria o fracasso total da oferta, como agora se confirmou.

A tentativa de fusão do BBVA com o Sabadell visava criar um dos maiores bancos europeus, com cerca de um bilião de euros em ativos, mais de 135 mil trabalhadores no mundo (incluindo 19.213 do Sabadell) e mais de 7.000 agências. A nova entidade teria superado o CaixaBank (proprietário do BPI) em ativos, tornando-se o segundo maior banco de Espanha, atrás apenas do Santander.

Desde o lançamento da OPA, em maio de 2024, o processo enfrentou várias dificuldades regulatórias. O regulador do mercado aprovou a operação apenas em abril deste ano, e o Governo espanhol condicionou a fusão à manutenção separada das personalidades jurídicas, patrimónios e gestões de ambos os bancos durante três anos, com possibilidade de prolongamento por mais dois. Bruxelas abriu um processo de infração devido à legislação que permitiu ao Governo impor essas condições.

Apesar de todas as reservas, o BBVA manteve a OPA, afirmando tratar-se de uma "oportunidade única" para os acionistas do Sabadell. No entanto, o Conselho de Administração do banco catalão desaconselhou por duas vezes a aceitação da oferta, considerando que subvalorizava a instituição.

Durante uma conferência em Madrid, o CEO do Sabadell, César González-Bueno, declarou duvidar do sucesso da OPA, enquanto o presidente do BBVA, Carlos Torres, manteve a confiança de que conseguiria mais de 50% do capital, contando com o apoio de investidores institucionais que detêm cerca de 45% das ações do Sabadell.

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