Lucros da EDP aumentam 15,5% com corte de mil postos de trabalho em Portugal

A Energias de Portugal registou resultados líquidos de 440,2 milhões de euros em 2004, mais 15,5% do que o obtido em 2003 e em linha com as estimativas dos analistas. A empresa beneficiou com a descida dos custos com pessoal e foi penalziada pelo aumento
Nuno Carregueiro 01 de Março de 2005 às 18:30

A Energias de Portugal registou resultados líquidos de 440,2 milhões de euros em 2004, mais 15,5% do que o obtido em 2003 e em linha com as estimativas dos analistas. A empresa beneficiou com a descida dos custos com pessoal e foi penalizada pelo aumento dos prejuízos extraordinários.

Os analistas contactados pelo Jornal de Negócios esperavam que a empresa liderada por João Talone registasse lucros de 445 milhões de euros em 2004, depois de estes terem totalizado 381,1 milhões de euros em 2003.

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O ano passado o volume de negócios da empresa aumentou 3,5% para 3,5% para 7,22 mil milhões de euros, com o EBITDA a crescer 7,7% para os 1,968 mil milhões de euros, a que representa uma melhoria da margem de 26,2% para 27,3%.

Os custos operacionais evidenciaram um aumento de 2% para 5,25 mil milhões de euros, o que não impediu os resultados operacionais de aumentarem 16,9% para os 1,05 mil milhões de euros.

Os prejuízos financeiros desceram 6,6% para 335 milhões de euros e os prejuízos extraordinários agravaram-se de 14,4 para 164,7 milhões de euros.

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Empresa cortou 1.137 postos de trabalho em 2004

Num comunicado a empresa explica que o aumento do EBITDA se ficou a dever ao sucesso do seu programa de reestruturação de recursos humanos, que resultou no corte de 1.137 postos de trabalho no decorrer do ano passado em Portugal, Espanha e Brasil, na sua actividade «core business».

Este plano previa o corte de 1.350 empregos até 2006, mas a empresa diz que foi já quase alcançado em 2004. Em Portugal a empresa terminou 2004 com 7.341 empregados, menos 11,9%, ou 994, do que no fim de 2003.

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Na Hidrocantábrico o corte foi de 0,2% e no Brasil de 3,7%. Só no negócio de electricidade em Portugal a empresa conseguiu descer os custos com pessoal em 8%.

A empresa explica que a beneficiar o seu EBITDA esteve ainda a exposição a mercados de electricidade de elevado crescimento, os 800 MW adicionais de capacidade instalada em centrais termoeléctricas e os 214 MW na energia eólica.

O aumento das tarifas e a contribuição da Naturcorp, empresa de gás adquirida pela espanhola, também explicam o aumento do lucro operacional da empresa.

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A justificar a descida dos resultados financeiros esteve o decréscimo anual de 8,4% nos juros financeiros, devido à descida do nível médio da dívida. Contudo, a dívida líquida da EDP em 2004 aumentou para 8,32 mil milhões de euros, acima dos 7,2 mil milhões de euros no final de 2003.

O investimento operacional efectuado pela EDP em 2004 aumentou 30,7% para 1,12 mil milhões de euros.

A eléctrica explica o agravamento dos prejuízos extraordinários com a reversão de um crédito fiscal contabilizado em 2002, no valor de 40 milhões de euros, devido à venda da ONI Way. «O uso deste crédito fiscal pela Vodafone está em revisão pelas autoridades e assim que a Vodafone beneficie do mesmo o ganho será contabilizado pela EDP», explica a empresa.

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O «impairment» de 35 milhões de euros registado com a venda de 60% da Edinfor à Lógica CMG e os custos de 25,1 milhões de euros com a antecipação da idade de pré-reforma, também penalizaram os extraordinários.

Nos resultados líquidos a EDP diz que o negócio de geração e o Brasil foram os que deram o maior contributo positivo.

As acções da EDP fecharam inalteradas nos 2,21 euros.

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