Mercado livreiro nacional em "destaque" na Europa: Mais vendas mas livros mais caros
Num ano marcado por uma quebra generalizada das vendas um pouco por toda a Europa, o mercado livreiro português conquistou o título dos que mais cresceu em 2022, embora tenha sido também "campeão" no que toca ao aumento de preços, revelam dados da GfK.
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Segundo a consultora, que analisou uma amostra de oito países (Portugal, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha e Suíça), as receitas do mercado livreiro nacional subiram 16,2% no ano passado (para 175 milhões de euros), ficando a larga distância do crescimento verificado nos Países Baixos e Espanha, com variações positivas de 3,2% e de 1%, respetivamente, refletindo os melhores resultados desde 2006.
Um resultado alcançado apesar do aumento dos preços. Se bem que o preço médio dos livros subiu em todos os países analisados, Portugal foi o país onde os livros mais encareceram, com um incremento de 3%, diz a GfK.
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Em Portugal, o valor médio correspondeu a 13,75 euros, com os títulos de não ficção (16,3 euros) e ficção (15,6 euros) a surgirem como os mais dispendiosos. Apesar de ter sido o país onde a importância mais subiu, foi nos Países Baixos e na região da Flandres, na Bélgica, que os leitores encontram custos médios mais elevados, de 15,78 euros e 15,48 euros, respetivamente, assinala a GfK.
Apesar do aumento ligeiro do preço médio dos livros, grande parte dos países em análise verificaram quebras na venda de livros físicos, nomeadamente a Alemanha (-1,8%), França (-3%), a Suíça (-3,6%), e as regiões Flandres (-2,3%) e de Valónia (-6%), na Bélgica. Esse não foi, no entanto, o caso de Portugal que, não obstante ter sido o mercado onde o livro mais encareceu, registou uma subida 12,8%.
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Já no que diz respeito a tópicos de leitura, na maioria dos países analisados, incluindo Portugal, as categorias de livros que demonstraram uma variação excecional no crescimento das vendas globais foram os guias de viagens, com uma subida de pelo menos 30% em todos os países em análise. Um resultado que, de acordo com a consultora, "reflete a vontade de viajar por parte dos leitores, condicionados por dois anos de pandemia". Houve também um elevado aumento da procura por bandas desenhadas, incluindo também a japonesa Manga, desta feita, seguindo a tendência do ano anterior.
O consumo de literatura em língua inglesa verificou, igualmente, uma grande popularidade, com os títulos mais lidos no último ano a demonstrarem que a ficção teve um melhor desempenho do que a não-ficção. Além de romances e "thrillers", o interesse pelo segmento "New Adult" também cresceu.
Olhando aos temas, a GfK destaca ainda que os relacionados com a Rússia, a crise climática e os guias de estilo de vida foram os que mais venderam.
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Esta análise da GfK é baseada em dados de vendas de livros físicos, durante o ano de 2022, incluindo eBooks (quando disponível) usando dados dos mercados da Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Portugal e Suíça.
Em Portugal, o painel GfK audita as vendas ao consumidor final de uma amostra representativa, composta maioritariamente por retalhistas da grande distribuição (especializados e não especializados), com uma cobertura estimada de aproximadamente 85% do mercado.
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